Segundo a Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílio Contínua (PnadC), do Instituto Brasileiro de Geograϐia e Estatística (IBGE), os trabalhadores(as) da Educação com ensino superior completo (rede pública e privada) possuíam rendimento 35% inferior ao recebido pelos ocupados em outros setores em 2019.
O rendimento médio dos trabalhadores na Educação era de R$ 3.409, diante de R$ 5.229 nos demais segmentos.
As mulheres educadoras tinham rendimento médio de R$ 3.020, e os homens, de R$ 4.724, ou seja, elas recebiam 36% a menos que eles. Os negros com superior completo recebiam em média R$ 3.055, e os não negros, R$ 3.700.
Comparação internacional
Estudo elaborado pela Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE) mostra que os salários dos professores da educação básica (rede pública e privada) no Brasil correspondem a percentuais que variam entre 52% e 64% do valor recebido pelos professores dos 38 países membros da OCDE.
Na educação infantil, o valor pago equivale a 64% dos salários pagos pelos países integrantes da Organização e, no ensino médio, a 52%.
A desvantagem dos salários na comparação internacional para os professores da rede pública pode ficar ainda maior por causa da Lei Complementar de nº 173. Ela congela as despesas com pessoal até o final de 2021, proibindo aumentos, reajustes e outras alterações nas remunerações dos servidores.
O movimento sindical tem buscado alternativas jurídicas, baseadas na Constituição Federal, a fim de garantir o direito dos trabalhadores ao reajuste. O CPERS defende que a Lei do Piso se sobrepõe à normativa do governo Bolsonaro e que a atual forma de cálculo deve ser mantida para corrigir a defasagem salarial.
Muitos professores celetistas têm sido dispensados. Entre janeiro e setembro de 2020, houve cerca de 50 mil desligamentos.