Radar do CPERS identifica falta de quase 500 funcionários nas escolas estaduais


Lançado no dia 21 de fevereiro, o Radar do CPERS sobre a situação das escolas estaduais revela uma alarmante realidade: a falta de funcionárias(os) para suprir as reais necessidades das instituições de ensino do estado. Os dados preliminares do formulário, que até o momento totalizam 436 respostas de 304 escolas, identificam a ausência de 477 profissionais que atuam em áreas como merenda, manutenção, administrativo e limpeza.

Este cenário não é novidade para o Sindicato, já que há anos denunciamos que a crescente desvalorização desta parcela da categoria – que sofre com os menores salários entre os servidores estaduais -, provocaria uma diminuição do interesse na área. 

Além do arrocho salarial sem precedentes, com um salário básico de R$ 657,97, atualmente, cerca de 75% dos agentes educacionais ganham abaixo do piso regional e, em sua maioria, não recebem reajuste real, já que o aumento é abatido do completivo.

Outro panorama que choca está no fato de que mais da metade das(os) funcionárias(os) de escola do Rio Grande do Sul são temporárias(os) e vivem com medo em razão de contratos precários e ameaças constantes. A terceirização, que avança a passos largos no governo Leite (PSDB), além de desvalorizar ainda mais a carreira destas(es) servidoras(es), precariza as relações de trabalho, com relatos constantes até de salários atrasados por meses. Vale ressaltar que o último concurso público para funcionárias(os) de escola foi realizado em 2014. 

Não obstante, o governo ainda desconta direitos básicos destas(es) profissionais, como a insalubridade, das parcelas indenizatórias. Diante destes fatos, deixamos aqui o questionamento: quem gostaria de trabalhar nestas condições?

O adoecimento e o empobrecimento das(os) trabalhadoras(es) da educação têm um responsável: o desastroso projeto de Eduardo Leite (PSDB) para a educação estadual. Como exemplo, podemos citar as escolas de tempo integral, carro-chefe nas propagandas da atual gestão. No entanto, implantadas a toque de caixa e sem considerar a realidade do chão das escolas, aprofundam a situação já desesperadora destas(es) servidoras(es), com jornadas cada vez mais longas para dar conta da demanda nessas instituições.

Já passou da hora de o governo do Estado entender que sem as(os) funcionárias(os) da educação, uma escola não se sustenta. Mais do que a limpeza ou a merenda, estas(es) profissionais garantem o bem-estar dos estudantes, que precisam de um espaço adequado e preparado para desfrutarem, de fato, do seu direito a uma educação de qualidade. 

O CPERS está na pressão por concurso público e valorização salarial, exigindo do governo a abertura de uma mesa de negociação para tratar de um salário justo às(aos) funcionárias(os), que corresponda à importância destas(es) profissionais nas escolas e nas vidas de milhares de alunos e alunas.

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