Porto Alegre tem a cesta básica mais cara do país, aponta Dieese


No último mês de 2023, Porto Alegre liderou o ranking de custos da cesta básica (R$ 766,53), seguida por São Paulo (R$ 761,01), Florianópolis (R$ 758,50) e Rio de Janeiro (R$ 738,61). Já as cidades com os menores valores médios foram Aracaju (R$ 517,26), Recife (R$ 538,08) e João Pessoa (R$ 542,30).

Esses números foram divulgados, nesta segunda-feira (8), pelo Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos (Dieese), responsável por conduzir mensalmente a Pesquisa Nacional da Cesta Básica de Alimentos em 17 capitais.

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Considerando a cesta mais cara, a de Porto Alegre em dezembro, o salário mínimo necessário para sustentar uma família de quatro pessoas seria de R$ 6.439,62, representando 4,88 vezes o valor atual do salário mínimo de R$ 1.320,00. Em novembro, o mínimo necessário era de R$ 6.294,71 ou 4,77 vezes o piso vigente. Em dezembro de 2022, ficou em R$ 6.647,63, equivalente a 5,48 vezes o piso em vigor, que era de R$ 1.212,00.

O Dieese destaca que a estimativa considera a determinação constitucional de que o salário mínimo deve cobrir despesas com alimentação, moradia, saúde, educação, vestuário, higiene, transporte, lazer e previdência.

Em 2023, observou-se uma redução no valor da cesta básica em 15 capitais. As principais quedas, acumuladas ao longo de 12 meses (de dezembro de 2022 ao mesmo mês do ano passado), foram destacadas em Campo Grande (-6,25%), Belo Horizonte (-5,75%), Vitória (-5,48%), Goiânia (-5,01%), e Natal (-4,84%). Por outro lado, taxas positivas acumuladas foram registradas em Belém (0,94%) e Porto Alegre (0,12%).

Comparação mensal

Entre novembro e dezembro de 2023, o preço da cesta básica aumentou em 13 cidades, destacando-se Brasília (4,67%), Porto Alegre (3,70%), Campo Grande (3,39%) e Goiânia (3,20%). Por outro lado, houve quedas em Recife (-2,35%), Natal (-1,98%), Fortaleza (-1,49%) e João Pessoa (-1,10%).

Em dezembro de 2023, o trabalhador remunerado pelo salário mínimo precisaria de 109 horas e três minutos em média para adquirir os produtos da cesta básica, enquanto em novembro eram necessárias 107 horas e 29 minutos. Em dezembro de 2022, a média era de 122 horas e 32 minutos.

Quando comparado o custo da cesta com o salário mínimo líquido (descontado o valor referente à Previdência Social), o levantamento revela que, em dezembro de 2023, o trabalhador comprometeu 53,59% do rendimento para adquirir os mesmos produtos que, em novembro, demandaram 52,82%. Em dezembro de 2022, o comprometimento era de 60,22%.

O Dieese ressalta que em 2023, a preocupação foi desencadeada por questões climáticas, conflitos externos, uma taxa de câmbio desvalorizada incentivando as exportações e o considerável impacto da demanda externa sobre os preços internos das commodities. Esses fatores apontam para desafios significativos que podem perdurar em 2024.

*Foto de capa: Felipe Menezes/ Metrópoles

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