Nesta quinta-feira (30), a Igreja Sagrado Coração de Jesus, em Passo Fundo (7º Núcleo), recebeu centenas de funcionários(as) de escola da região e do núcleo de Erechim. O dia de programação intensa marcou mais uma edição dos Encontros Regionais do segmento, que percorrem todas as regiões do estado até o início de julho.
Fortalecer a identidade dos funcionários como educadores de fato, traçar caminhos para a profissionalização e resgatar a história de lutas de quem atua para garantir o bom funcionamento das escolas e, muitas vezes, não é reconhecido por seus próprios pares. São estes alguns dos objetivos dos Encontros Regionais de Funcionários de Escola, que ocorrem até o início de julho em todas as regiões do estado.
Atividades lúdicas, informação e mobilização para a luta são alguns dos atrativos que têm garantido casa cheia nos eventos. “São quase três décadas de lutas unificadas entre professores(as) e funcionários(as), com conquistas importantes para ambas as carreiras. Hoje é uma oportunidade para vocês conhecerem seus direitos e a importância de se reconhecerem como atores ativos do fazer pedagógico, dentro e fora da escola”, explicou a diretora do Departamento de Funcionários(as), Sônia Solange Vieira.
Servente contratada há 8 anos, a funcionária Élica Cavalheiro, da EEEF Coronel Gervásio, foi chamada para a mesa de abertura e fez uma fala emocionada. “Se nós continuarmos baixando a cabeça, o governo vai continuar atacando nossos direitos e desvalorizando nosso trabalho. Vamos à luta, pois não somos invisíveis. Não somos funcionárias do diretor da escola, mas de todos os gaúchos”, contou.
A presidente do CPERS, Helenir Aguiar Schürer, avaliou a conjuntura estadual e nacional, fazendo um alerta quanto à necessidade de engajamento e mobilização. Para ela, a negação da política é uma receita para manter o projeto neoliberal, de precarização e redução dos serviços públicos, no poder. “Nós somos seres extremamente políticos. Fazemos políticas desde o nascimento, quando pela primeira vez choramos para reivindicar comida. Não gostar de política é renunciar à vida e à cidadania, mantendo o que está aí e nos afastando da fiscalização”, disse.
O evento também contou com apresentações artísticas e momentos de confraternização, além de uma abordagem aprofundada da Reforma da Previdência e como o texto em tramitação no Congresso prejudica todos(as) os(as) trabalhadores(as). O advogado Marcelo Oliveira Fagundes, do escritório Buchabqui e Pinheiro Machado, falou aos presentes sobre a ameaça à aposentadoria e reforçou a necessidade de conscientizar a comunidade sobre as reais consequências do projeto.
“Conversem com as pessoas. Estão veiculando muitas inverdades, dizendo que quem está próximo de se aposentar não será afetado. É mentira. A Reforma vai pegar todos com violência, e vai pegar os pais e alunos das suas escolas também. É preciso dialogar”, frisou.
Calendário de lutas
Além de debater o reconhecimento social e os direitos da categoria, o evento também discutiu a conjuntura de ataques à educação em todos os níveis, com destaque para as mobilizações marcadas para os próximos dias. A presidente do CPERS, Helenir Aguiar Schürer, fez um chamado à luta. “Se vocês não lutarem do nosso lado, ninguém vai substituir o lugar de vocês. Será um buraco na resistência”, disse.
No dia 3, próxima segunda-feira, a categoria deve cruzar os braços em protesto pelos salários atrasados e congelados, e participar do ato estadual em Porto Alegre. Já no dia 14 de junho, data da Greve Geral, educadores(as) se unem a trabalhadores(as) de todos os segmentos para barrar a Reforma da Previdência.
Confira abaixo o cronograma dos próximos Encontros Regionais e participe!