Obras abandonadas e recursos insuficientes: a realidade de uma escola atingida por desastres climáticos


“Eu tive mães que me questionaram: ‘Onde estão os bilhões que o Leite depositou na tua conta?’”, relata Mariana Ferraz, diretora da EEEF Dr. Carlos Barbosa Gonçalves, localizada no bairro Navegantes, em Porto Alegre, e que atende cerca de 230 estudantes.

A realidade, porém, está longe de envolver bilhões, milhões ou sequer milhares de reais. O que se vê é uma escola com obras atrasadas e duramente castigada por eventos climáticos extremos, como enchentes e ondas de calor, que têm assolado o Rio Grande do Sul nos últimos anos.

Atualmente, a instituição deveria estar passando por reformas. No entanto, a empresa contratada pelo governo do Estado apenas visitou o local, instalou uma placa indicativa da obra, deixou alguns poucos materiais de construção e nunca mais apareceu. Segundo Mariana, o último contato com a empresa ocorreu há quase um mês. Desde então, suas mensagens têm sido ignoradas, e não há qualquer resposta.

“O relato que tivemos foi de que a água chegou a aproximadamente 2 metros e 10 centímetros”, conta a diretora, apontando para a parede no meio da escadaria que leva ao segundo andar da escola.

Graças ao empenho do corpo docente e das(os) funcionárias(os) que auxiliam na gestão, foi possível avançar em algumas demandas, especialmente no primeiro piso, o mais afetado pela enchente. No entanto, os recursos disponíveis são limitados. A verba recebida por meio do programa Agiliza Educação permite solucionar algumas questões pontuais, mas está longe de ser suficiente.

A situação foi acompanhada de perto pela presidente do CPERS, Rosane Zan, e pela diretora do Sindicato, Juçara Borges, que visitaram a escola nesta quinta-feira (27), para verificar as condições do local.

Além de perder toda sua estrutura térrea devido às cheias do Guaíba, a escola enfrenta sérios problemas com a rede elétrica danificada. O muro da instituição também está em condições precárias, e, segundo Mariana, o custo para a reconstrução gira em torno de R$ 90 mil.

O calor também é um desafio. Poucas salas de aula contam com ar-condicionado, enquanto espaços comuns, como a biblioteca e o refeitório, dispõem apenas de ventiladores, o que torna o ambiente ainda mais desconfortável para estudantes e educadoras(es).

A realidade da escola expõe o descaso do governo Eduardo Leite (PSDB), que parece relegar essas instituições ao esquecimento. Além de enfrentar enchentes e ondas de calor, trabalhadoras(es) da educação lidam com a negligência de empresas terceirizadas, que simplesmente desaparecem sem concluir as obras prometidas.

O CPERS segue vigilante na denúncia dos descasos com a educação gaúcha, visitando escolas e revelando a verdade por trás do discurso oficial, que fala em climatização das salas, obras em dia e superação dos danos causados pelas enchentes.

Como está a situação na sua escola? Diante desse cenário preocupante, convocamos toda a categoria a participar do Radar sobre a Realidade das Escolas da Rede Estadual do Rio Grande do Sul, lançado pelo CPERS nesta quinta-feira (27). Sua contribuição é essencial para fortalecer a luta por melhores condições de trabalho para as(os) profissionais da educação e por um ensino de qualidade para nossas(os) estudantes. Clique aqui e participe!

>>> Confira mais fotos da visita à EEEF Dr. Carlos Barbosa Gonçalves:

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