Centenas de educadores de diversas regiões do Estado realizaram, na manhã desta terça-feira (11) um ato público contra a aprovação do pacote de maldades do governo Sartori. Após a concentração realizada em frente à sede do Sindicato, em Porto Alegre, professores e funcionários de escola saíram em caminhada até o Palácio Piratini.
No decorrer do caminho, os educadores distribuíram à população um panfleto informativo sobre a situação da categoria, que enfrenta sucessivos parcelamentos de salário e também do 13º, desde que o governo Sartori assumiu a gestão do Rio Grande do Sul. O material também informava o descaso com a educação pública e os recursos significativos investidos em campanhas publicitárias, diárias de mais de R$ 1 milhão e incentivos fiscais de R$ 9 bilhões, ao invés de pagar em dia os educadores e investir na estrutura das escolas.
Em frente ao Palácio Piratini, os educadores reuniram-se aos representes das demais categorias do funcionalismo público para denunciar as arbitrariedades do governo e as constantes ameaças de retirada de direitos.
Denúncia à Comissão de Direitos Humanos
Às 11 horas, a presidente do CPERS, Helenir Aguiar Schürer, e uma comissão de educadores, entregaram ao deputado Jeferson Fernandes, presidente da Comissão de Direitos Humanos e Cidadania da Assembleia, um documento que denuncia a situação de professores e funcionários de escola que estão trabalhando sem nenhum tipo de contrato, sem receber salário e sendo proibidos de assinar o ponto. “Temos professores e funcionários que estão trabalhando há mais de dois meses sem ter nenhum contrato assinado, nenhuma garantia trabalhista e sem receber, o que para nós caracteriza trabalho escravo. As primeiras denúncias chegaram na última sexta-feira. Agora, nossos 42 Núcleos estão fazendo um levantamento para verificar se há mais situações como essa. Pedimos à Comissão para que averigue e tome as medidas necessárias”, denunciou Helenir.
Pressão dos educadores transfere votação das PECs para o segundo semestre
Enquanto ocorria a reunião dos educadores com Fernandes, o presidente da Assembleia Legislativa, Edgar Pretto, e o líder do governo na Assembleia, Gabriel Souza, pediram para fazer um comunicado à presidente do CPERS. Souza afirmou que a votação das PECs 256, 257 e 258, que estavam previstas para hoje, ficaram para o segundo semestre. Mesmo após a afirmação do deputado, os educadores esperaram a confirmação da reunião de líderes, realizada logo em seguida, para comunicar a vitória à categoria, que continuava firme na vigília na praça da Matriz.
“É a vitória da nossa mobilização! Isso nos mostra que vale a pena lutar. Quero agradecer a cada um e a cada uma que está conosco na praça e na Assembleia, desde novembro. Mas precisamos ficar atentos, pois em julho, durante o recesso, o governador pode chamar uma sessão extraordinária. Estaremos acompanhando cada movimento. Se eles acham que vão aproveitar o nosso período de férias para nos passar uma rasteira, estão enganados. Estaremos alertas e se chamarem para votação, nossa categoria virá em peso para a Praça da Matriz novamente”, afirma Helenir.
Fotos: Carol Ferraz