As mobilizações da Greve Geral iniciaram ainda na madrugada desta sexta-feira (14), em todo o Brasil. No Estado, milhares de educadores(as) paralisaram as atividades nas escolas e fortaleceram a luta contra a Reforma da Previdência, os cortes na educação e os altos índices de desemprego.
Em frente às garagens das empresas de ônibus e nas rodovias, professores(as) e funcionários(as) de escola mostraram a resistência que é característica da categoria. As manifestações conseguiram impedir que ônibus e trensurb não operassem nas primeiras horas da manhã.
Em cidades como Pelotas, Erechim, São Leopoldo, Caxias do Sul, Rio Grande, Santa Maria e Lagoa Vermelha a força das mobilizações impediu os ônibus de circularem até o final da manhã.
Na capital, os piquetes realizados pelos educadores(as) e demais trabalhadores(as) foram reprimidos com extrema violência pela Brigada Militar. Bombas de gás lacrimogêneo, cavalaria e agressão com cassetetes foram algumas das formas utilizadas pelos policiais para encerrar as mobilizações.
A truculência resultou em mais de 50 feridos. Após serem levados ao Hospital de Pronto Socorro para atendimento, foram encaminhados à 2ª Delegacia de Polícia Civil.
As paralisações também ocorrem nas escolas estaduais, municipais e particulares. Centenas de escolas paralisaram as atividades e os(as) educadores(as) somaram-se as manifestações da Greve Geral.
Institutos Federais de Educação, Ciência e Tecnologia (IFs) e universidades de todo o Estado também fecharam às portas em protesto aos cortes na educação. Servidores(as) de diversas áreas como da saúde, petroleiros, trabalhadores(as) rurais e bancários também paralisaram as atividades hoje.
Atos públicos reforçaram a urgência em barrar a Reforma da Previdência e os cortes na educação
O final da manhã e à tarde foram marcados por atos públicos, caminhadas e panfletagens para alertar a população quanto as brutais consequências da Reforma da Previdência proposta pelo governo Bolsonaro, o número cada vez maior de desempregados(as) no país e os inadmissíveis cortes na educação.
Em Porto Alegre, professores(as), funcionários(as) de escola, estudantes e demais trabalhadores(as) concentraram-se em frente ao Instituto de Educação. Do local seguiram em caminhada, passando pela Faculdade de Educação da UFRGS (Faced) até chegar à Esquina Democrática, onde foi realizado o ato unitário da Greve Geral.
Durante o ato realizado na Faced, a presidente do CPERS, Helenir Aguiar Schürer, destacou a importância da luta pela manutenção das universidades federais e pela aposentadoria de todos(as) os(as) trabalhadores(as). “Ontem, a grande mídia disse que havia uma liminar para que não houvesse cortes na educação. Foi uma mentira para tentar enfraquecer a nossa mobilização e afastar o movimento estudantil. Eles sabem que no Brasil, os estudantes fazem história. A UFRGS e as demais universidades federais do nosso Estado são patrimônio dos gaúchos”, disse.
Mais de 80 mil pessoas participaram do ato unitário da Greve Geral. De lá, os manifestantes seguiram em caminhada até o Largo Zumbi dos Palmares empunhando faixas em defesa da educação, contra a Reforma da Previdência e os ataques do governo. “Nenhum governador, nenhum prefeito vai nos tirar das ruas. Só sairemos quando derrotarmos a Reforma da Previdência. Não vamos aceitar nenhuma emenda”, afirmou Helenir.
Ao final do ato, os organizadores no carro de som convocaram uma votação simbólica para ver se os presentes aprovavam que a próxima paralisação nacional deveria ter dois dias em vez de um, o que foi prontamente aprovado pela maioria.
O ato histórico foi encerrado com os manifestantes de mãos dadas gritando “ninguém solta a mão de ninguém.”
Alegrete
Bagé
Caxias
Canoas
Cruz Alta
Espumoso
Frederico Westphalen
Gravataí
Ijuí
Lagoa Vermelha
Lajeado
Passo Fundo
Pelotas
Porto Alegre
Rio Grande
Santa Cruz do Sul
Santa Maria
Santiago
São Leopoldo
São Luiz Gonzaga
Sapiranga
Sarandi
Três de Maio
Uruguaiana
Viamão