Nas últimas três semanas, a #CaravanadoCPERS2025 vem denunciando o descaso do governo Eduardo Leite (PSDB) com as escolas públicas e suas consequências. Assim como em outras edições, a Caravana deste ano destaca a precária situação das escolas indígenas estaduais, que sofrem com anos de abandono e falta de investimentos.
Em Tenente Portela, cidade pertencente ao 27º Núcleo (Três Passos), a EEIEF Gomercindo Jete Tehn Ribeiro espera desde 2004 a construção de seu prédio. Teoricamente, a estrutura de madeira que sustenta a Jete deveria ter funcionado temporariamente por seis meses, mas permanece há duas décadas.
Hoje, as(os) 197 alunas(os) matriculadas(os), da educação infantil ao 9° ano, contam com apenas quatro salas de aula para estudar e, quando chove, não podem lanchar no refeitório, pois o cômodo não tem vidros.
“Aguardamos a construção há mais de 20 anos, desde a fundação da escola. Ano passado estava horrível de trabalhar. Chovia dentro das salas”, conta a vice-diretora da instituição de ensino, Sara Sales. Segundo a educadora, a Seduc informou que uma empresa começaria as obras em março, no entanto, até agora, nada foi iniciado. “Se não tiver nada até mês que vem, vamos fechar a escola e fazer protesto”, comunica Sara.
Para o diretor do CPERS, Guilherme Bourscheid, que visitou a escola com a Caravana do Sindicato nesta quinta-feira (28), a postura da administração estadual é inaceitável e representa uma afronta aos direitos dos povos originários. “O que pudemos identificar nessa visita à comunidade Kaingang é o desrespeito do governo, da Seduc e da CRE com a educação indígena. Não há infraestrutura decente, e os professores estão sem formação contínua para que possam desenvolver um trabalho bilíngue”, relata.
A Escola Indígena Gomercindo Jete Tehn Ribeiro simboliza a resistência de um povo que luta por educação de qualidade. Mas nenhuma comunidade deveria precisar resistir para ter o mínimo garantido. O descaso do governo Leite (PSDB) não pode continuar!
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