Reconhecimento, valorização, defesa dos direitos, união e resistência contra os projetos de Eduardo Leite.
O salão da Sociedade Ginástica de São Leopoldo ficou lotado nesta quinta (31) com funcionários(as) de escola das cidades de abrangência do núcleo, bem como de Canoas e Montenegro, para o Encontro Regional realizado pela direção central.
Luiz Henrique Becker, diretor-geral do 14º Núcleo, saudou os visitantes exemplificando a importância dos funcionários(as) para a luta e o funcionamento das instituições. “Em uma escola da região, os professores resolveram não aderir à greve, mas os funcionários sim. Sabem quanto tempo a escola ficou aberta? Somente um dia. Isso mostra o quanto é importante o trabalho de vocês dentro da escola. Sem os funcionários as escolas não funcionam”, afirmou.
A diretora Sônia Solange Viana, coordenadora do Departamento de Funcionários(as), apresentou um histórico da trajetória de lutas do segmento e a importância da qualificação e do reconhecimento profissional. “Nosso objetivo é fazer com que os funcionários se reconheçam como educadores de fato, fundamentais para o processo de ensino-aprendizagem e para o funcionamento das escolas, conhecendo e exercendo seus direitos”, explicou.
Sônia também falou sobre os projetos de Eduardo Leite para a categoria: “é um projeto de morte. As medidas propostas vão destruir o funcionalismo e a escola pública, atacando o direito à educação e o acesso a serviços públicos gratuitos e de qualidade”, destacou.
A presidente do CPERS, Helenir Aguiar Schürer, pontuou a importância dos funcionários dentro das instituições. “Vocês são a porta da frente da escola, quem recebe os alunos e os pais. Os funcionários têm maior contato e afinidade com os estudantes. Sem vocês as escolas não funcionam.”
Helenir fez uma breve análise da conjuntura estadual frisando a importância do voto consciente. “O que estamos vivendo agora é consequência dos nossos votos. O Eduardo está no quinto ano do mesmo projeto de político. Ele já pegou as estratégias de privatização e destruição do serviço público andando. Está trilhando um caminho pronto”, falou.
Ao falar dos projetos de Leite, Helenir destacou que todos serão atingidos, incluindo funcionários e aposentados. “São projetos que pretendem levar os educadores a abandonarem o magistério”.
Helenir lembrou também que, se Leite mandar os projetos para votação no recesso escolar, haverá luta. “Eduardo esqueceu de conversar com Sartori. Em 2015, ele mandou os piores projetos nesse período. Nós enfrentamos cavalos, balas e bombas e não conseguiram aprovar nem uma PEC.”
“Todos esses ataques só nos levam para um caminho, a greve. Nós faremos uma grande greve, mas fulminante para acabar com esse governo. Se passar esse projeto nós passaremos a ser miseráveis. Então colegas, se encham de coragem e vamos resistir e fazer a luta”, conclamou a presidente.
Pablo Henrique Santos, diretor-geral do 20º Núcleo, também convocou a categoria à luta e reiterou a importância da unidade para barrar os projetos.
A força da categoria
No inicio da tarde foi a vez do advogado Marcelo Fagundes, da assessoria jurídica do CPERS, explanar sobre o pacote desumano de Leite.
Marcelo lembrou que o governo também ataca a organização sindical. “O governo está mexendo com os sindicatos, ele não quer mais ceder os educadores para o Sindicato, ou seja, ninguém mais vai continuar recebendo do Estado se estiver na direção central ou na direção dos núcleos. Também quer retirar a participação em atividades sindicais (PAS). Se o projeto passar, quem participar de alguma atividade do sindicato vai levar falta e ser descontado. Ele quer acabar com os sindicatos, acabar com a luta.”
O advogado ressaltou os principais pontos que atacam os funcionários de escola: fim das vantagens temporais (triênios e quinquênios), fim da incorporação de gratificações para a aposentadoria (como as de direção e insalubridade), aumento do tempo de contribuição e redução dos proventos conforme Reforma da Previdência nacional, aumento da contribuição para a aposentadoria, difícil acesso apenas para escolas do campo, redução ou extinção do abono permanência, fim do abono de falta para participação em atividades sindicais e reajuste ZERO por tempo indeterminado. “É o maior ataque de todos os tempos”, finalizou Marcelo.
O diretor estadual da Central Única dos Trabalhadores do RS, Marcelo Machado Carlini fez uma análise da conjuntura enumerando as ofensivas de Eduardo Leite contra o funcionalismo. “Leite não está preocupado que com esses projetos diversos educadores não vão querer mais lecionar. O projeto dele é acabar com o funcionalismo público e privatizar os serviços”, ressaltou.
Carline convocou os educadores(as) para o Ato unificado da Frente de Servidores Públicos no dia 14 de novembro.
As entidades e centrais envolvidas convocarão assembleias e atos durante a manhã em diferentes pontos de concentração. Às 13h30, o funcionalismo gaúcho se encontra no Largo Glênio Peres, seguindo em marcha até o Palácio Piratini. “Dia 14, mais de 20 entidades estão chamando para a luta. Queremos colocar mais de 40 mil trabalhadores nas ruas. Esse será o dia para enchermos as ruas de Porto Alegre. Dia de lutar pelos nossos direitos.”
Durante o encontro, 12 funcionárias de escola associaram-se ao CPERS, mostrando força e coragem para lutar contra o governo Leite.
“O encontro foi esclarecedor. Estamos passando por um momento complicado, onde não chegam até nós as informações corretas. Vou sair hoje daqui com muito conhecimento sobre os nossos direitos e sobre a grande luta que temos que travar com o governo para não deixar que esses projetos passem”, afirmou a nova sócia do CPERS, a merendeira de escola Tuane Silva.
Já Rejane Lainos, também nova sócia, explica que sempre teve vontade de se associar e nunca teve oportunidade. “Conheço o CPERS há mais de 30 anos, antes de entrar para o estado. Já fui em várias manifestações e hoje com esses ataques do governo vejo a importância de estar junto de quem lute e defenda nossos direitos”, destaca.