Nesta quarta-feira (24), o CPERS e a Frente dos Servidores(as) Públicos (FSP) debateram dois assuntos de extrema relevância em audiência pública proposta pela vereadora e diretora do Sindicato, Carla Cassais: o projeto cruel de Eduardo Leite (PSDB) de reforma do IPE Saúde e a Revisão Geral do salário dos educadores(as) e demais servidores(as).
O diálogo com a sociedade lotou a Câmara Municipal de Pelotas, cidade do governador.
“O problema do IPE Saúde não é dos servidores públicos. Se Eduardo Leite tivesse uma política de valorização dos trabalhadores, o Instituto não estaria deficitário. Defender o IPE Saúde é defender o SUS e a saúde da população. Quando o trabalhador se move, ele move a sociedade”, asseverou Carla Cassais.
Pela manhã, a presidente do Sindicato, Helenir Aguiar Schürer, o representante da entidade no Conselho de Administração do IPE Saúde, Antônio Andreazza, e o presidente do Sindicaixa, Érico Corrêa, denunciaram os danos da proposta cruel de reestruturação da autarquia na imprensa local.
A proposta, tramada por Leite (PSDB), intensificará os descontos mensais dos trabalhadores(as) que dependem do IPE Saúde, ameaçando o poder de compra e a subsistência de milhares de famílias.
São mais de um milhão de servidores(as), que contam com a assistência médica e hospitalar do Instituto, e correm o risco de serem abandonados à própria sorte por não conseguirem suportar esses novos custos.
O congelamento dos salários é diretamente responsável pelo déficit que o Instituto enfrenta. É urgente que o governo reconheça a necessidade de remuneração justa.
A presidente Helenir, questionou com veemência: “Como podemos arcar com esses descontos em nossos contracheques quando nossa categoria está na pobreza e atolada em dívidas? Como vamos suportar mais esse assalto do governo?”
“Não se pode aceitar a injustiça de que os que ganham menos paguem mais, enquanto os privilegiados, como o governador, veem suas contribuições reduzidas com essa reforma”, pontuou o presidente do Sindicaixa, Érico Corrêa.
Além de Helenir, Érico e Carla, a mesa foi composta por Tiago Rommel, dirigente da Aspra, e Nivea Carpes, representante Sindpenn.
“Eduardo Leite quer sufocar o IPE Saúde. É um projeto de governo. É inadmissível que os servidores paguem a conta do déficit do Instituto”, destacou Rommel.
Já Nivea Carpes foi enfática: “a política cruel do governador penaliza os servidores(as) mais antigos, um tamanho desrespeito com quem tem mais idade”.
Diante da impossibilidade de suportar o impacto financeiro causado pelo aumento na contribuição do IPE Saúde, os servidores(as) podem ser forçados a migrar em massa para o SUS, sobrecarregando ainda mais este sistema de saúde público. Para piorar, o governo está devendo ao IPE Saúde R$ 356,6 milhões em precatórios e RPV retidos pela CAGE. Isso só comprova que a crise atual foi criada propositalmente pelas últimas administrações.
Para a diretora do CPERS e representante da entidade no Conselho de Administração do IPE Saúde, Vera Lessês, a luta em defesa da autarquia passa pela valorização salarial.
“É preciso fazer uma luta massiva contra essa reestruturação. As melhorias só serão possíveis se houver reposição salarial e política séria por parte do governo”, destacou.
“Nós somos trabalhadores, não somos privilegiados, exigimos direitos básicos. Não podemos nos curvar a esse governador que quer aniquilar com os servidores e o serviço público”, afirmou Antônio Andreazza, também representante do CPERS no Conselho de Administração do Instituto.
A dívida total do Instituto com os servidores(as), somando imóveis e contribuições paritárias dos pensionistas (pagas sem juros ou correção), se aproxima de um bilhão de reais. Isso é pura inadimplência e apropriação indébita. Sem contar que a proposta de reforma abre as portas para a privatização sorrateira do IPE Saúde, colocando em risco a qualidade e a acessibilidade dos serviços oferecidos aos servidores(as).
Do CPERS, também participaram da audiência as diretoras Juçara Borges, Sandra Régio e Sônia Solange Viana, o diretor do 24⁰ Núcleo, Mauro Amaral, e a Conselheira 1/1000, Virgínia Moreira.
Integraram ainda a atividade representantes da Susepe, SindTCE, Sintergs, Sindisepe, Afocefe, Sindijus, SindiÁgua, SindTCE, Amapergs, Ugeirm, vereadores(as) pelotenses, entre outros.