Frente ao descaso, empenho e determinação. É isso que se constata em cada etapa regional da 4ª Mostra Pedagógica do CPERS, que está ocorrendo nos núcleos do sindicato desde o dia dez de setembro. Nesta sexta-feira (8), foi a vez dos estudantes das escolas que integram o 13º núcleo (Osório) apresentarem os trabalhos desenvolvidos em suas instituições.
A iniciativa, realizada na EEEF Professor Miton Pacheco, contou com 13 projetos que abordaram temas como biofertilizantes, violência contra a mulher, conscientização sobre o movimento antivacina, sustentabilidade, literatura, agroindústria sustentável, indígenas, preconceito e homofobia.
“Quando ingressamos na gestão do sindicato, em 2014, cansados de ver que só divulgavam coisas ruins sobre as escolas públicas, pensamos na mostra como um contraponto. Percebemos que era urgente mostrarmos tudo de bom que as escolas estaduais produzem. E deu tão certo, que já estamos na quarta edição. Todos que vieram expor seus trabalhos aqui hoje, são vencedores. É muito gratificante acompanhar de perto a dedicação dos estudantes e dos professores. Diante da precariedade das escolas e dos ataques que estamos sofrendo, a mostra é um símbolo de resistência”, destacou a diretora do departamento de educação do CPERS, Rosane Zan.
“A grande maioria da população não tem ideia dos projetos que desenvolvemos nas escolas. Mesmo com toda a falta de estrutura e, inclusive de pagamento dos nossos salários em dia, conseguimos despertar em nossos alunos o interesse e o envolvimento com os estudos. A iniciativa organizada pelo sindicato é fundamental para dar visibilidade a tudo que produzimos”, observou o professor de Geografia, Giovani Cardoso Pereira, que pelo segundo ano participa da Mostra.
Os números alarmantes da violência contra a mulher foram o fato decisivo para a escolha do tema do projeto apresentado pelo grupo da estudante Hellen Pereira, do 1º ano do ensino fundamental na escola rural Idefonso Gomes. “É um assunto extremamente importante. Os índices de feminicídio crescem e trazem o alerta de que é preciso conscientizar e sensibilizar as pessoas”, explicou.
Concentrados nos últimos detalhes de seu projeto, antes da apresentação, os estudantes Mateus Vidal e Robson Pituva Mattos, estavam ansiosos para apresentar o estudo desenvolvido sobre biofertilizante. “É a primeira vez que participamos. Para nós é uma boa oportunidade de apresentarmos um pouco do que desenvolvemos na escola agrícola. Mesmo com todas as dificuldades que as escolas enfrentam, conseguimos fazer um bom trabalho”, relataram.
No próximo dia 29, em frente ao Palácio Piratini, será realizada a etapa estadual da Mostra, que irá expor todos os trabalhos selecionados nas etapas regionais da iniciativa. “Este ano, faremos a etapa estadual no espaço de luta dos educadores, na praça da Matriz, onde está, desde o dia do professor, o nosso acampamento da resistência. Vamos estar na porta do Piratini mostrando a toda população que dentro das nossas escolas, apesar de todo o descaso do governo, sempre nos esforçamos para fazer o melhor pelos nossos alunos”, frisou Rosane.