Coerente com sua trajetória de defesa intransigente da democracia, o CPERS Sindicato vem denunciando o golpe parlamentar, jurídico e midiático de 2016.
Denunciamos, ainda em 2015, que a articulação golpista visava um projeto, derrotado nas urnas, de retirada de direitos, redução do Estado e dos serviços públicos.
O golpe foi consumado em 31 de agosto de 2016 com o impedimento da presidenta eleita Dilma Roussef e, já em 19 de setembro daquele mesmo ano, através de uma Medida Provisória, o governo golpista escolheu como seu primeiro alvo a reforma do Ensino Médio, tendo desde o início a Educação como foco de ataque.
Logo em seguida tratou de aprovar a PEC 95, do teto de gastos, que congelou os investimentos públicos por 20 anos. Aprovou a lei das terceirizações e a Reforma Trabalhista que fez regredir os direitos para os 20 anos anteriores à CLT. Desmontou a política de conteúdo nacional da indústria naval e entregou parcelas expressivas da reserva do pré-Sal às multinacionais, acabando com a perspectiva de investimento dos royalties do pré-sal para a educação, além de muitos outros ataques à classe trabalhadora e às funções públicas do Estado.
Neste ano eleitoral os setores do capital e seus agentes na política, no judiciário e na mídia, querem garantir que o golpe siga em curso e, para tanto, entre outros ataques, buscam impedir a candidatura do ex-presidente Lula, que desponta à frente das pesquisas eleitorais e conta com forte apoio popular. O CPERS Sindicato não defende partido político e nem candidaturas para as eleições, mas historicamente tem lado na defesa da Educação Pública, gratuita e de qualidade, bem como na defesa dos direitos da classe trabalhadora. Nesse sentido, compreendemos que as eleições de 2018 são estratégicas para a consolidação dos intentos golpistas ou para a sua superação. Acreditamos que, mais do que nunca, é importante a construção da unidade da classe trabalhadora, dos sindicatos, dos movimentos sociais e dos partidos de esquerda para o enfrentamento da realidade que foi radicalizada pela direita reacionária, defensora dos interesses do capital, dos 1% de privilegiados e inimiga dos 99% de explorados deste país.
Estamos de acordo com os 56% de brasileiros que se posicionaram em recente pesquisa (Vox Populi, 24-26 fevereiro de 2018) apontando que o ex-presidente Lula está sendo alvo de um julgamento político e com aqueles que, na mesma pesquisa, acreditam que ele deve ser candidato (52%) apesar da sua condenação e denunciamos que as manobras jurídicas na tentativa de excluir Lula das eleições são mais uma etapa do golpe.
Do lado de lá, do condomínio golpista, estão com dificuldade de construir uma candidatura viável. A radicalização pela direita produziu um ambiente reacionário a tal ponto que Bolsonaro, um bravateiro fascista, é a alternativa mais bem posicionada da direita nas eleições.
O ambiente democrático se deteriora gravemente com a intervenção militar no Estado do Rio de Janeiro, com o brutal assassinato da vereadora negra Marielle Franco, do PSOL do Rio Janeiro, e de diversas lideranças de movimentos sociais nos últimos anos.
Estaremos lutando também para que as candidaturas que queiram representar os interesses da maioria da população e de um Estado que cumpra suas funções públicas com qualidade, apresentem propostas para reagir ao verdadeiro desmonte que houve nas políticas educacionais neste último governo, bem como para reparar as perdas históricas que tivemos, inclusive na questão salarial, sendo que detemos o pior salário entre todos os trabalhadores em educação de todos os estados do país.
Temos um chamado histórico e não podemos nos omitir. Nossa tarefa é participar efetivamente na organização e resistência em defesa da democracia. Em cada escola, em cada sala de aula, nas ruas, nos atos e também nas eleições deste ano.
CPERS Sindicato na luta em defesa da democracia e da educação pública, laica, democrática e de qualidade!