Educar é Lutar e Resistir: X Congresso do CPERS leva 2 mil educadores a Bento Gonçalves


Organizar a luta, refletir sobre a atuação do Sindicato e debater o presente e o futuro da luta por direitos e em defesa da escola pública. Cerca de 2 mil educadores(as) participam do X Congresso Estadual do CPERS, em Bento Gonçalves, para formular e debater coletivamente os rumos da resistência e orientar os próximos anos da organização sindical.

A edição deste ano homenageia o patrono da educação nacional, Paulo Freire, com o tema Educar é Lutar e Resistir. São três dias de evento, iniciados nesta sexta-feira (6). Os delegados, de todo o estado, foram eleitos em assembleias regionais por professores(as) e funcionários(as) de escola sindicalizados.

Helenir Aguiar Schürer, presidente do CPERS, abriu o Congresso exaltando o papel de quem educa na linha de frente do enfrentamento ao retrocesso e ao obscurantismo.

“Vergonhosamente, neste país e neste estado, os professores e funcionários foram escolhidos como inimigos. Seremos, sim, inimigos número um de quem defende o retrocesso e ataca o sonho dos nossos estudantes. Não nos curvamos nem nos tempos de ditadura, não será agora que o faremos”, lembrou.

O X Congresso do CPERS ocorre em meio a uma conjuntura crítica. Além dos ataques a direitos e à própria existência de quem trabalha no chão da escola, protagonizados pelo governo Bolsonaro, o governo Eduardo Leite radicaliza o projeto iniciado por Sartori: desmanche da escola pública, ataque brutal ao funcionalismo, precarização dos serviços e redução do Estado a todo custo.

“Estamos há 45 meses com os salários atrasados e parcelados. São cinco anos sem qualquer reajuste. Mas temos muito orgulho de dizer que esta categoria não arredou um pé da defesa do serviço público e da educação”, reiterou Helenir.

“Um país desnutrido de leitura só se salva comendo educação”

A abertura do Congresso também contou com uma performance artística dos estudantes da Escola Estadual Antônio João Zandona, de Barra Funda.

Os alunos encenaram uma peça autoral inspirada em fábulas e histórias consagradas no imaginário nacional, simbolizando o embate entre o conhecimento como caminho para a liberdade e a emancipação, e as transformações do mundo tecnológico, que traz consigo acesso fácil a informações falsas e que degradam o espírito crítico e científico.

Ao término da peça, Mariana declamou um texto de Paulo Freire: “a escola será cada vez melhor à medida que cada um se comporte como colega, como amigo, como irmão. Escola é feita de gente.”

Confira as falas dos representantes que compuseram a mesa de abertura:

Heleno Araújo – presidente da CNTE: “Nossa luta maior é a da bandeira da educação para todos e todas, e com seus profissionais valorizados. Este é um momento de refletir sobre o que fizemos e preparar as nossas ações para o futuro. As imagens deste grande Congresso vão rodar o país e mostrar que Bolsonaro vai cair.

Claudir Nespolo – presidente da CUT/RS: “Estamos nos preparando para construir uma grande primavera de luta. Estamos mais preparados para enfrentar todos os ataques de Bolsonaro e Leite. A educação muda as pessoas e elas mudam o mudo. Paulo Freire nos inspira a fazer a resistência!”

Azenira Lazarotto – secretária de organização social da CTB/RS: “Sem educação não chegamos a lugar algum. Bolsonaro deixa queimar a nossa Amazônia, quer acabar com o nosso país. Não podemos deixar que destrua a educação pública. Não podemos deixar carregar bilhões para grandes banqueiros enquanto acabam com as escolas e retira direitos dos educadores.”

Erico Corrêa – coordenador da CSP/Conlutas: “Cabe a nós fazer o enfrentamento a este ciclo de destruição imposto pelos governos estadual e federal. Precisamos construir a maior unidade de ação possível, superando todas as diferenças, porque neste momento é urgente e necessário o enfrentamento aos governos Leite e Bolsonaro.”

Bernardete Menezes – da direção nacional da Intersindical: “Estou no Congresso de um sindicato que enfrentou a ditadura militar. Vocês são exemplo de luta para todos os trabalhadores deste estado. Quando nós nos movemos, a luta avança”

Miguel Stedile – da direção nacional do MS:  “Nós sabemos que o CPERS fará seus embates nas ruas para defender sua categoria, não se espera algo diferente dessa aguerrida categoria. Não é apenas a escola pública que está sob ataque, é tudo que diz respeito à razão e ao conhecimento. Bolsonaro quer uma nação de ignorantes.”

Geison Minhos Carvalho – UGES: “Este sindicato resiste bravamante aos ataques, tem uma trajetória de lutas que nos orgulha. Estamos de mãos de mãos dadas com vocês para defender a escola pública, os educadores, os direitos dos estudantes e impedir que o escola sem partido avance.”

A abertura contou, ainda, com um debate sobre a defesa da educação pública na conjuntura atual, com o professor e Mestre em Educação Carlos Abicalil e Heleno Araújo, presidente da CNTE.

06/09 (sexta-feira)

8h às 22h – Credenciamento dos(as) Delegados(as)
12h30min – Almoço
14h – Abertura. Discussão e aprovação do Regimento do X Congresso Estadual do CPERS/Sindicato – Paulo Freire “Educar é Lutar e Resistir”
18h – Intervalo
19h30min – Apresentação das Teses

07/09 (sábado)

8h – Debate e aprovação de Resoluções de Conjuntura Internacional, Nacional, Estadual e Educacional
11h – Debate e aprovação de Resoluções de Balanço
12h30min – Intervalo
14h – Debate e aprovação de Resoluções de Organização Sindical e Reforma Estatutária
18h – Intervalo
19h30min – Debate e Aprovação de Resoluções Específicas e Plano de Lutas
23h – Confraternização e Baile com a Banda Cia Show 4 no Centro de Eventos Malbec do Dall‘Onder Grande Hotel (Rua Henry Hugo Dreher, 197 – Planalto)

08/09 (domingo)

8h30min – Ato Político – Aprovação da Carta de Bento Gonçalves
12h30min – Almoço


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