O CPERS trouxe à tona uma preocupante constatação sobre a situação das escolas estaduais gaúchas: a falta de educadoras(es) para atender às demandas básicas.
Segundo dados obtidos pelo “Radar Situação das Escolas Estaduais” do Sindicato, lançado em 21 de fevereiro e que encerrou na última sexta-feira (22), das 442 respostas recebidas, que abrangem 306 instituições de ensino de 145 municípios, identificou-se a carência 1.121 servidoras(es).
A maior parte delas são funcionárias(os) de escola, totalizando a falta de 487 dessas servidoras(es), entre merendeiras, manutenção, administrativo e limpeza, seguido por 271 especialistas. As escolas também carecem de 363 professoras(es).
Não é de hoje que o CPERS vem alertando sobre essa realidade. Há anos denunciamos o contínuo descaso do governo Eduardo Leite (PSDB) com o ensino público gaúcho e a crescente desvalorização das educadoras(es), que estão há 10 anos com os salários defasados.
Além disso, 180 escolas do Rio Grande do Sul apresentam problemas estruturais alarmantes que afetam a segurança e o bem-estar de toda a comunidade escolar. Os números revelam que 92 escolas enfrentam problemas elétricos, 48 lidam com problemas hidráulicos, enquanto 35 e 92 sofrem com a deterioração de muros e telhados, respectivamente. Já 36 instituições de ensino relataram obras atrasadas, enquanto 34 enfrentam obras inacabadas.
O fechamento de turmas da Educação de Jovens e Adultos (EJA) também é outra preocupação. Os dados mostram que 69 escolas enfrentam a realidade de bibliotecas inexistentes ou fechadas, enquanto 62 não possuem laboratórios de informática ou estão fechados. Para piorar, 22 escolas sofrem com a falta de insumos básicos, como limpeza, higiene e manutenção, enquanto 31 lidam com merenda insuficiente ou inadequada para o número de estudantes.
Os indicadores são claros: Eduardo Leite (PSDB) deixa a educação pública gaúcha à mercê do descaso. Enquanto ele se promove pelo estado, nossas escolas enfrentam uma crise de estrutura básica e escassez de educadoras e educadores, refletindo na desvalorização da profissão. Já passou da hora do governador deixar de lado o marketing e agir concretamente.
O CPERS demanda do governo Leite a imediata abertura de uma mesa de negociação para discutir salário justo e adequado, reconhecendo a importância vital desses profissionais no ambiente escolar e na formação de milhares de estudantes, além da urgente melhoria na estrutura das instituições de ensino.
>> DADOS FINAIS DO RADAR CPERS | Situação das escolas estaduais (respostas de 21/02 a 21/03):
– 442 respostas;
– 306 escolas (13% da rede);
– 145 municípios;
– Faltam de 363 professoras(es);
– Faltam 487 funcionárias(os) de escola;
– Faltam 271 especialistas;
– Total da falta de RH: 1.121 educadoras(es);
– 180 escolas apontam problemas estruturais;
– Principais problemas relatados: elétricos (92), hidráulicos (48), muro (35) ou telhado caindo (92), obras atrasadas (36) ou inacabadas (34), entre outros;
➡ Outras necessidades, desafios ou problemas identificados na pesquisa:
- Encerramento de turmas da EJA: 09
- Enturmação: 12
- Multisseriação: 23
- Biblioteca inexistente ou fechada: 69
- Laboratório de informática inexistente ou fechado: 62
- Falta de insumos básicos (limpeza, higiene, manutenção): 22
- Merenda insuficiente ou inadequada para o n.º de estudantes: 31