A tesoureira-geral e representante da Comissão de Educação do CPERS, Rosane Zan, e a diretora do 13º Núcleo do Sindicato (Osório), Marli Aparecida de Souza, estiveram presentes na EEEF Menino Manoel Luiz, em Palmares do Sul, na manhã desta sexta-feira (5). As dirigentes conversaram com o corpo docente da escola, que teme um processo de municipalização por parte do poder público.
A instituição, uma das mais tradicionais da cidade, possui uma história de 88 anos. Atendendo atualmente cerca de 200 estudantes, funciona nos turnos da manhã e da tarde, com um quadro de funcionárias e funcionários adequado para a demanda. Além disso, possui uma boa estrutura, com quadra de esportes e salas de aulas amplas.
“É por isso que o município está de olho na nossa escola”, aponta Cristiane Roberta, supervisora escolar da Menino Manoel Luiz.
Em reunião com o corpo pedagógico da escola, as dirigentes do CPERS ouviram os anseios das educadoras, que temem que, caso ocorra a municipalização, os laços afetivos da comunidade escolar sejam rompidos.
“Muitos pais priorizam a escola porque tem tal professora que trabalha aqui há tantos anos”, relata a diretora Patrícia Magnus. “As pessoas sabem que a formação do nosso grupo docente é diferenciada”, completa.
Durante a visita, Rosane e Marli orientaram as professoras e as funcionárias sobre o processo de municipalização, medida adotada pelo governo Eduardo Leite (PSDB), em uma tentativa de terceirizar a responsabilidade do Estado, atribuindo as instituições aos municípios. Para elas, a maior forma de combater esse processo arbitrário é através da mobilização da comunidade escolar.
“Por que não manter a escola na rede estadual, se ela está bem? Porque isso faz parte de um processo de mercantilização da educação”, explica Rosane. “Precisamos lutar porque são os filhos de trabalhadores e trabalhadoras que precisam da rede estadual de ensino”.
Trazendo o exemplo de outras escolas, Marli orientou as docentes a realizarem um abaixo-assinado com pais e funcionários, além de realizar reuniões para esclarecer a situação para toda a comunidade escolar. “A comunidade escolar tem força para barrar a municipalização”, defende a dirigente.
Na mesma cidade, outra escola já passou pelo processo de municipalização, a EMEF Major Cacildo Krebs. Algumas das merendeiras que hoje trabalham na Menino Manoel Luiz chegaram a trabalhar mais de 20 anos na outra instituição, mas foram mandadas embora logo após a mudança de gestão. Elas relatam que, durante o processo, ouviram que seriam realocadas ou seriam desligadas, como foi o caso.
A diretora ainda relata que, quase diariamente, a escola recebe solicitações de vagas para novos alunos(as), que acabam sendo negadas. A escola, que possui nota 6,2 no IDEB, até poderia receber mais estudantes, mas teve o pedido de abertura de uma nova turma negado.
“Já existe, por parte da comunidade uma mobilização contrária à municipalização e quando a gestão democrática da escola se coloca contrária, isso já é um grande passo”, conta Rosane.
“Toda e qualquer mudança nesse processo faz com que a gestão passe para o município e nós somos contrários, não só pela questão dos postos de trabalho, mas também pela construção e pela história que muitas escolas têm com as suas comunidades locais”.
Mobilize sua comunidade!
O CPERS orienta todas as comunidades escolares ameaçadas de municipalização a mobilizarem-se para impedir a continuidade do processo.
Audiências públicas, reuniões com pais e estudantes para organizar o apoio da sociedade, abaixo-assinado e pressão nos deputados(as), vereadores(as), secretários(as) de educação e prefeitos(as) são alguns dos movimentos recomendados.
Solicitamos também que casos semelhantes de desmonte sejam comunicados aos núcleos do Sindicato.
Confira mais fotos da visita: