Entre os dias 7 e 9 de abril, organizações sindicais de trabalhadores(as) em educação de toda América Latina reuniram-se em San José, na Costa Rica, para participar da XIII Conferência Regional da Internacional da Educação para a América Latina(IEAL). O evento buscou proporcionar a troca de experiências entre os países, por meio de avaliações da conjuntura política e da realidade da educação em cada uma das nações presentes.
Uma comitiva integrada pela diretoria da CNTE e representantes de seus sindicatos filiados, entre eles o CPERS, estiveram presentes no evento, representando os profissionais brasileiros(as) da classe trabalhadora educacional.
A presidente do CPERS, Helenir Aguiar Schürer, que integrou a comitiva do Sindicato na Conferência, destacou os principais pontos do Encontro.
“Nestes três dias de Conferência discutimos diversos pontos, desde a questão pedagógica à luta dos trabalhadores em educação. Saímos daqui com uma certeza: os ataques à educação são iguais em todo o mundo. Com o avanço da extrema-direita, cada vez mais a educação é privatizada e a desvalorização dos educadores se intensifica. É necessário que estejamos juntos para combater tudo o que vem para nos atacar. Tiramos da Conferência uma carta final, reafirmando nosso espírito de defesa intransigente da escola pública e que servirá de base para a nossa organização para barrarmos esses ataques”.
Além da presidente Helenir, o CPERS foi representado na Conferência pelo 2º vice-presidente da entidade, Edson Garcia, e os diretores Juçara Borges e Cássio Ritter.
A Conferência apresentou um panorama sobre a situação da educação na Finlândia e nos Estados Unidos, abordando as tendências regionais da mercantilização da educação na América Latina.
Ainda na abertura, o secretário-geral da Internacional da Educação (IE), David Edwards, salientou sobre a IE ser a única instituição de educação internacional a apoiar a Palestina e contribuir financeiramente para a mitigação da dor das crianças do país, que estão sem acesso à escola e em situação de vulnerabilidade social e alimentar.
Situação do Brasil
Sobre o contexto político e educacional no Brasil, o presidente da CNTE, Heleno Araújo, chamou atenção para a composição atual do Congresso Nacional, majoritariamente composta por parlamentares de direita, bem como nos estados – com oito unidades da federação representadas por governadores de esquerda e dezenove por políticos de direita.
Heleno destacou a necessidade do fortalecimento da participação dos(as) trabalhadores(as) em educação nas eleições municipais, e abordou as disputas nas políticas educacionais com as instituições privadas e a extrema-direita, principalmente relacionadas às pautas da Escola sem Partido, militarização das escolas e educação domiciliar.
Sobre o futuro da educação no país, reiterou a esperança de que a próxima década possa contar com um Plano Nacional de Educação que garanta, entre outros pontos:
1- A regulamentação do custo aluno qualidade para financiar a educação básica;
2 – O cumprimento da Lei do Piso Salarial do Magistério e as diretrizes nacionais de carreira para os trabalhadores(as) da educação; e
3 – Uma política nacional para formação de mais profissionais educadores.
Internacional da Educação para a América Latina elege nova gestão para mandato 2024-2029
No último domingo (7), durante a abertura da Conferência, a Internacional da Educação para a América Latina (Ieal) elegeu os novos representantes do comitê regional para o período 2024-2029: Sonia Alesso, secretária Geral da Confederação dos Trabalhadores da Educação da República da Argentina (CTERA), foi eleita a nova presidenta da Comitê Regional da Ieal. A CNTE segue na vice-presidência da instituição (sub-região Conesul), desta vez representada pelo secretário de Relações Internacionais, Roberto Leão.
O evento encerrou na última terça-feira (9), culminando na construção de recomendações de ação para o novo Comitê Regional eleito.