#NãoVendaaMinhaEscola: CPERS mobiliza núcleos para fortalecer a luta contra as PPPs na educação pública


O CPERS promoveu, nesta segunda-feira (26), uma reunião online com representantes dos 11 núcleos do Sindicato que possuem escolas incluídas no projeto de Parcerias Público-Privadas (PPPs) do governo Eduardo Leite (PSD). O encontro teve como objetivo alinhar estratégias de resistência à privatização de 99 escolas da rede estadual, que podem ser entregues à iniciativa privada por meio de concessões de longos 25 anos.

A presidente do CPERS, Rosane Zan, destacou que o combate às PPPs foi estabelecido como uma das principais pautas aprovadas no Conselho Geral da entidade. “Estamos em uma jornada de intensa mobilização. A concessão de uma tutela de urgência concedida pelo Tribunal de Contas do Estado nos abriu a possibilidade de intensificar a denúncia e a articulação contra as PPPs”, afirmou.

Como parte da ofensiva institucional, o CPERS já participou de uma audiência com o conselheiro do TCE, Estilac Xavier, e de uma reunião no Ministério Público de Contas, buscando sensibilizar as instituições sobre os riscos à educação pública embutidos no modelo proposto pelo governo Leite (PSD).

Durante a reunião, as(os) diretoras(es) dos núcleos relataram a situação das escolas em suas regiões, trazendo preocupações das comunidades escolares e, especialmente, de direções de escola que temem perder a autonomia financeira e de gestão das unidades. Foi enfatizado o receio de que a presença da iniciativa privada nas escolas comprometa a qualidade do ensino, a independência pedagógica e a identidade das comunidades escolares.

A presidente do CPERS reforçou a necessidade de uma mobilização ampla e enraizada em todo o Rio Grande do Sul. “É fundamental que essa mobilização aconteça em todo o estado. Se essa venda por meio de concessões de 25 anos for concretizada, as consequências serão profundas e duradouras. É revoltante ver tantos recursos sendo destinados à iniciativa privada, enquanto falta investimento para a valorização da educação pública”, alertou Rosane.

O Sindicato abriu espaço para escuta ativa dos núcleos, que compartilharam relatos locais e demandas que serão sistematizadas e levadas para debate e deliberação no Conselho Geral.

Entre as propostas debatidas e que serão levadas ao Conselho da entidade, estão a criação de comitês regionais de resistência em cada Núcleo, a elaboração de uma campanha de comunicação popular contra as PPPs — com produção de panfletos, materiais informativos e ações nas redes sociais — e o envio de mensagens direcionadas às(aos) conselheiras(os) do TCE, denunciando os riscos e prejuízos do projeto.

Também foi destacada a importância do Dossiê da Caravana do CPERS 2025, documento que reúne denúncias colhidas nas visitas às comunidades escolares em todos os 42 núcleos do Sindicato, e que será utilizado como instrumento de denúncia ao descaso de Eduardo Leite (PSD) à educação pública gaúcha.

Ao encerrar sua fala, Rosane Zan fez um alerta sobre o atual cenário político: “O que está por vir com o governo Leite e suas pretensões para o próximo período exige ainda mais pressão de nossa parte. Precisamos desmascarar o que está por trás desse projeto neoliberal que ameaça a educação pública.”

A luta contra as PPPs, pela valorização salarial da categoria, por condições dignas de trabalho e pela melhoria no atendimento do IPE Saúde segue como prioridade para o CPERS, que continuará mobilizando a base, pressionando instituições e denunciando todas as formas de privatização do ensino público no Rio Grande do Sul.

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