A segunda rodada da mesa de negociação entre CPERS e Governo – iniciada no último dia 29 – ocorreu na tarde desta segunda-feira (13). Sem a presença do governador, a direção estadual do Sindicato foi recebida na sala Paulo Freire do CAFF pelo secretário da Educação, Faisal Karan, e representantes da Fazenda, PGE e Casa Civil.
“Em respeito a vocês, resolvemos manter a data da mesa na expectativa de dar continuidade à construção e já sairmos daqui com um próximo encontro marcado”, explicou Faisal no início dos trabalhos.
Apesar de reiterar o discurso da crise, o governo informou que está analisando os pleitos do Sindicato, referindo-se à reposição de 28,78% – inflação acumulada desde novembro de 2014 – e à eliminação do desconto do vale-refeição, equivalente a 6% sobre o salário.
Em resposta, a presidente do CPERS, Helenir Aguiar Schürer, lembrou que a categoria também exige concurso público para professores(as) e funcionários(as) de escola, e que acabar com o estorno do vale-refeição beneficiaria somente quem está na ativa. “Não poderíamos fazer acordo algum sem beneficiar o todo da categoria”, ponderou.
“Justiça social”
A audiência foi marcada pela exposição de dados e argumentos de ambas as partes. O subsecretário do Tesouro, Bruno Queiroz Janete, realizou uma extensa apresentação com informações sobre a situação fiscal do Estado. “O nível de endividamento do Rio Grande do Sul, hoje, é o pior do país”, afirmou, sinalizando para uma insuficiência de R$ 7 bi no orçamento deste ano e R$ 43 bi como meta a equacionar ao longo do mandato.
Em contrapartida ao diagnóstico do governo, Helenir apresentou um diagnóstico da situação da categoria. “Chegamos a um ponto em que não há como respirar. Estamos há mais de quatro anos sem reajuste. Enquanto isso, a cesta básica aumentou 40%, o gás de cozinha 52%, a água 160%, a luz 57%, o celular 46% e a gasolina 48%”, expôs a presidente, além de outros índices. “O governo não nos paga a diferença da inflação, mas nós pagamos”.
Em referência a um dos slides da Fazenda – que defendia a necessidade do ajuste fiscal para uma maior justiça social – Helenir lembrou dos bônus de produtividade pagos a procuradores aposentados da Fazenda. “Entre ativos e inativos, recebem R$ 25 milhões a mais somente para fazer o seu trabalho. Isso é justiça social?”, questionou.
Uma próxima reunião foi agendada para o dia 27 deste mês, no mesmo horário. “Agradecemos pela reunião, mas até pela ausência do governador e demais secretários, reconheço a impossibilidade de avançar agora. Entendemos o recado do governo e esperamos que o governo tenha entendido o nosso. Estamos abertos a quantos encontros forem necessários até sairmos com respostas”, concluiu Helenir.
Greve Nacional: Seduc não orienta falta no ponto de educadores(as)
Ao término da reunião, a direção questionou Faisal Karan sobre a orientação da Seduc às Coordenadorias Regionais (CREs) quanto ao ponto do dia 15 de maio, data da Greve Nacional da Educação. O secretário informou que não tem repassado às CREs o procedimento de penalizar a categoria pela adesão ao movimento. Educadores(as) que receberem informação diferente das CREs da sua região devem informar o CPERS para que o Sindicato notifique a Seduc.
Confira a fala da presidente à categoria na saída da reunião: