Ao lado de outras entidades sindicais, o CPERS é apoiador cultural da publicação “60 anos do golpe: 1964 – 2024”, lançada pela Casa de Cultura e Memória Diógenes Oliveira. A revista evidencia a violência e repressão que dominaram o Brasil por duas décadas a partir de uma série de textos escritos por jornalistas e militantes que enfrentaram a ditadura.
“As professoras aposentadas, principalmente, têm muito latente na memória o medo que tínhamos de ser atacadas por simplesmente reivindicar direitos. Então, essa é uma contribuição que estamos fazendo pela manutenção e avivamento da história”, destaca a presidente do CPERS, Helenir Aguiar Schürer. O material, elaborado pelos jornalistas Guilherme Oliveira e Matheus Piccini, será distribuído nos 42 núcleos do Sindicato.
A Casa de Cultura e Memória Diógenes Oliveira, responsável pela publicação, é um espaço de preservação da trajetória de luta do ex-guerrilheiro, que viveu no local por 35 anos, até falecer em outubro de 2022. Nascido em Júlio de Castilhos, Diógenes participou da Campanha da Legalidade e de vários atos de guerrilha. Foi preso e torturado em 1969; se exilou em diversos países e retornou ao Brasil somente em 1989.
Segundo Guilherme, organizador da revista e filho do militante, os ditadores promoveram um apagamento de quem se mobilizou pela redemocratização.“Até hoje, tem quem chame o golpe de revolução, a ditadura de regime e os guerrilheiros de terroristas. Daí a importância de iniciativas como essa da revista, que pretendem restabelecer a verdade e, a partir disso, não permitir que aconteça novamente”, enfatiza o jornalista.
Para o CPERS, toda história acumulada durante a ditadura, de resistência e enfrentamento, deve ser para sempre lembrada. O Sindicato, enquanto defensor da democracia e ferramenta de luta da classe trabalhadora, jamais esquecerá das proibições e cerceamentos sofridos. Golpe nunca mais!
Fotos: Marcos Corbari e Alex Garcia