O Conselho Geral do CPERS manifesta seu apoio à greve dos trabalhadores(as) da Empresa Brasileira de Correios e Telégrafos (ECT).
Desamparados pelo governo Bolsonaro, funcionários(as) de todo o país deflagaram a greve no dia 17 de agosto contra o desmantelamento de direitos e a privatização da ECT.
Além do descaso com a disponibilização de EPIs – equipamentos de segurança para evitar o contágio de Covid-19 -, a empresa revogou o atual Acordo Coletivo que estaria em vigência até 2021.
Desde o dia 1º, foram retiradas 70 cláusulas que previam direitos como 30% do adicional de risco, vale alimentação, licença maternidade de 180 dias, auxílio creche, indenização de morte, auxílio para filhos com necessidades especiais, pagamento de adicional noturno e horas extras.
Trata-se, portanto, de uma estratégia clara, enunciada publicamente pelo presidente Bolsonaro ainda em seu primeiro ano de governo, de sucatear os serviços prestados pela empresa para justificar seu intento em privatizá-la.
O que está em curso nos Correios não é uma medida isolada. O ministro da economia Paulo Guedes, ainda nas eleições, previa que venderia até R$ 1 trilhão das riquezas do país, como empresas estatais, ações em posse do governo, concessões de aeroportos e estradas e prédios públicos.
Além disso, o governo Bolsonaro aproveita-se da crise sanitária para aprofundar a retirada de direitos, com a aprovação de reformas destruidoras dos serviços públicos, informalização dos empregos e maior carga tributária sobre os trabalhadores(as) .
A ECT, uma das mais antigas empresas públicas do país, cumpre papel fundamental para o conjunto da sociedade brasileira, que vai muito além da função principal de executar o sistema de envio e entrega de correspondências.
Em milhares de municípios brasileiros, o Banco Postal é o único correspondente bancário da localidade, cumprindo vários dos programas sociais no país ao longo dos anos.
A ameaça permanente de privatização dessa empresa, recrudescida pelo atual governo, deixará à mercê da própria sorte milhares de municípios, atacando a função social dos Correios, além de diminuir direitos de seus trabalhadores(as), expondo-os aos riscos do coronavírus diuturnamente nas ruas brasileiras.
Os educadores(as) gaúchos estão ombreados com a luta travada pelos companheiros(as) ecetistas! Somos todos(as) Correios!
Foto de capa: Marcelo Camargo/Agência Brasil