Na noite desta quinta-feira (15), o Conselho Geral do CPERS se reuniu na sede do Sindicato, em Porto Alegre, para traçar os próximos passos da luta unificada por valorização salarial, respeito profissional e melhores condições de ensino-aprendizagem nas escolas estaduais do Rio Grande do Sul.

Na abertura do encontro, a presidente do CPERS, Rosane Zan, reforçou a importância da mobilização contínua da categoria e da unidade na luta contra o desmonte da educação pública promovido pelo governo Eduardo Leite (PSD). As deliberações aprovadas no Conselho reafirmam o compromisso com a defesa dos direitos das(os) trabalhadoras(es) da educação — professoras(es), funcionárias(os) de escola, da ativa e aposentadas(os), nomeadas(os) e contratadas(os).
Campanha “A Vida Não Tem Hora Extra” é apresentada ao Conselho
Durante a reunião, a Central Única dos Trabalhadores do Rio Grande do Sul (CUT/RS), representada pelo presidente da entidade, Amarildo Cenci, e pelo criador da campanha, o publicitário Fernando Waschburger, apresentou a campanha “A Vida Não Tem Hora Extra”, que propõe a redução da jornada de trabalho, com foco na valorização salarial e na promoção de mais qualidade de vida.

“Queremos que os trabalhadores tenham mais tempo para compartilhar com amigos, filhos e netos, convivendo em suas comunidades, usufruindo de mais lazer e tempo livre para o que quiserem. Um país com uma jornada de trabalho menor e melhores salários será mais feliz, saudável, socialmente justo e desenvolvido”, afirmou o presidente da CUT/RS, Amarildo Cenci.

A pauta da jornada reduzida é especialmente relevante ao CPERS, que representa uma categoria majoritariamente feminina. Atualmente, milhares de trabalhadoras enfrentam jornadas duplas e até triplas. Segundo o IBGE, 90% das técnicas e auxiliares de enfermagem são mulheres, que acumulam, em média, 7,5 horas a mais de trabalho semanal do que os homens, somando as atividades remuneradas e domésticas.
O Sindicato apoia integralmente a campanha e defende a redução da jornada como uma questão de justiça, saúde e qualidade de vida. Porque a vida, de fato, não tem hora extra.
Censo Escolar evidencia abandono da educação estadual
Outro ponto central do encontro foi a apresentação dos dados do Censo Escolar da Educação Básica 2024, feita pela economista Anelise Manganelli, do DIEESE. Os números revelam um cenário alarmante na rede estadual do Rio Grande do Sul, com queda expressiva nas matrículas, redução de turmas, fechamento de escolas e crescente precarização do trabalho docente.

“O atraso atual não é apenas um problema educacional, é uma ameaça concreta ao desenvolvimento econômico e social do estado”, alertou Anelise.
>> Clique aqui para conferir os dados apresentados pelo DIEESE
Diante desse panorama, o CPERS reafirma seu compromisso com a defesa da educação pública de qualidade e denuncia a omissão do governo Eduardo Leite (PSD), que promove um desmonte silencioso da rede estadual. O Sindicato seguirá cobrando políticas estruturantes, valorização profissional e condições dignas de trabalho e ensino.
>> Confira a série de reportagens produzida pelo CPERS com base no Censo Escolar 2024:
> Censo Escolar 2024 escancara esvaziamento da rede pública e omissão do governo Leite na educação básica no RS
> Privatização, descontinuidade e negligência: rede estadual perde quase 8 mil matrículas da EJA em 2024 e contraria 10ª meta do PNE
> Multisseriação: um retrocesso educacional agravado pela negligência de Eduardo Leite (PSDB)
> Rio Grande do Sul é o 4º estado brasileiro com menor número de matrículas em tempo integral
Próximas mobilizações aprovadas
Ao fim do encontro, foram aprovadas novas mobilizações que visam ampliar a pressão sobre o governo Leite (PSD) e fortalecer a luta por direitos. O Conselho Geral reforça: a luta é coletiva, e só com mobilização e união será possível garantir a valorização das(os) trabalhadoras(es) da educação e a qualidade das escolas públicas do Rio Grande do Sul.

>> Confira, abaixo, o conjunto das mobilizações aprovadas no Conselho Geral desta quinta (15):
1 – Continuar na Luta por Revisão Salarial de 12,14% já, para toda a categoria, e em defesa do IPE Saúde. Realizar quatro Atos Regionalizados (Pelotas, Passo Fundo, Santa Maria e Missões) entre maio e junho, com os demais Servidores Públicos Estaduais e Ato Estadual em julho;
2 – Realizar Assembleia Geral Virtual no dia 06 de junho de 2025 para escolha das(os) Representantes de Base na CNTE e das(os) delegadas(os) para a Plenária Estadual da CUT;
3 – Campanha NÃO VENDA A MINHA ESCOLA:
- Criar Comitês de Mobilização por Núcleo com as Comunidades Escolares e Movimentos Estudantis contra a privatização da escola pública;
- Realizar Audiência Pública Contra as PPPs, com o MPC e TCE;
- Participar da Reunião online com os 11 Núcleos onde tem escolas nas PPPs (Direção Central, ATEMPA e SIMPA), que acontecerá dia 26/05 – às 18h;
- Que os Núcleos e a Comunidade Escolar mandem mensagens via wattsapp/e-mails para os Conselheiros do TCE para que mantenham o parecer do relator Estilac Xavier com a suspensão da publicação do edital das PPPs;
- Realizar atos Regionalizados contra as PPPs, nas cidades onde tem escolas no projeto.
4 – Continuar a pressão no STF para retomar a votação pelo fim do desconto previdenciário;
5 – Lutar pela ampliação do número de funcionárias(os) nas escolas, bem como a realização de concurso público;
6 – Realizar Plenária Virtual sobre o PNE;
7 – Assinatura e encaminhamento em conjunto de carta do povo Mbya Guarani da retomada Nhen’engatu sobre situação de escola;
8 – Moção em solidariedade ao professor Guilherme Runge de Cachoeirinha/RS denunciando a perseguição que ocorre no município contra a luta antirracista e anti-opressões. O objetivo da moção é pressionar as autoridades pelo arquivamento dos Processos Administrativos Disciplinares movidos contra uma professora e um professor que vêm denunciando violações de direitos humanos;
9 – Denunciar que no município de Carazinho as escolas indígenas estão recebendo somente bolachas de merenda para seus estudantes devido ao burocratismo (aguardar a troca da merendeira e na outra escola reforma na cozinha) e insensibilidade do Coordenador da 39ª CRE.
Porto Alegre, 15 de maio de 2025.
Diretoria do CPERS/Sindicato
>> Confira mais fotos do Conselho:








































































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