Nesta quinta-feira (11), os conselheiros do CPERS reuniram-se na sede do Sindicato para deliberar sobre as próximas mobilizações da categoria com foco na defesa da educação pública e da democracia.
Ao dar início ao Conselho, a presidente da entidade, Helenir Aguiar Schürer, lembrou do papel importante que a Caravana realizada pelo CPERS – em Defesa da Escola Pública desempenhou. No total, foram 298 cidades e 1161 escolas visitadas. Nas conversas com os(as) educadores(as), os integrantes da Caravana chamavam a atenção para a diferença dos projetos de governo que estavam em disputa no primeiro turno das eleições no RS. “Infelizmente ficaram para o segundo turno candidatos que defendem o mesmo projeto. Ou seja, a continuidade dos ataques aos servidores públicos, à educação e aos nossos diretos. Independente de quem for eleito, nossa única certeza é a de que teremos muita luta e resistência”, observou.
Ao avaliar o cenário nacional, Helenir ressaltou o perigo de se ter um candidato que não tem o mínimo pudor em dizer que defende a tortura, que governará para as maiorias e que vai acabar com os sindicatos e movimentos sociais. “Nos últimos dias vimos a intransigência e a violência crescerem assustadoramente devido a propagação do discurso de ódio deste candidato. Não são as armas que irão nos defender, será um sindicato forte, com a participação da base e aguerrido”, afirmou.
Alerta sobre a saúde dos(as) educadores(as)
Na última semana, o CPERS recebeu a notícia devastadora do suicídio de uma professora e de uma funcionária de escola. Os tristes acontecimentos foram relatados, com preocupação, durante o Conselho.
Na ocasião, a educadora aposentada do Núcleo de Cruz Alta, Jane Caetano, fez um emocionante relato sobre a depressão que enfrentou recentemente. “É sério e muito grave. Precisamos de uma força absurda apenas para abrir os olhos pela manhã. Não há vontade para nada, a não ser a de sumir, acabar com a dor. Não é fácil, mas com a ajuda da família e dos amigos é possível superar. Eu consegui! E falo aqui hoje para dizer que se alguém tiver um familiar ou amigo nesta situação, que tenha muita paciência, dê atenção e todo o apoio que puder”, alertou.
Diante da grave situação, a presidente do Sindicato informou que a entidade realizará um levantamento junto aos seus 42 Núcleos sobre a saúde da categoria e irá entregar estes dados ao governo do Estado exigindo que seja oferecido atendimento psicológico aos(as) educadores(as).
Eleição dos representantes de base da CNTE e dos conselheiros do IPE Saúde
Na ocasião foram empossados os(as) educadores(as) eleitos(as) na última assembleia geral da categoria como representantes de base da Confederação Nacional dos Trabalhadores em Educação – CNTE, para gestão 2017 a 2020. São eles: José Antônio Severo, suplente: Noé Machado de Oliveira; Ida Irma Dettmer, suplente Carla da Silva Cassais; Roger Machado de Menezes, suplente Mateus Rodrigues dos Santos; Terezinha Bullé da Silva, suplente Alteir Paulo Coser e Ana Paula Santos, suplente Vinícius Dill Soares.
Também foi realizada a votação para escolha dos conselheiros que irão integrar o Conselho de Administração do IPE Saúde. Foram eleitos: Vera Lesses e Maria Cleni (suplente) e Antonio Andreazza e Eni Cavaleiro (suplente).
Veja as propostas de mobilização aprovadas:
1- Criação de Comitês em Defesa da Educação Pública, em Defesa da Democracia e contra o Fascismo em todos os Núcleos do CPERS/Sindicato que não houver organização; agregar, onde houver, a participação do CPERS nos comitês suprapartidários e participar em panfletagem e atos públicos estaduais, chamados pelo CPERS;
2- Disponibilização no site do CPERS de sugestões de filmes, clips e/ou músicas para aulas que abordem a temática do autoritarismo e do fascismo, como indicação de subsídios para as aulas;
3- Encontro e Debate com participação de protagonistas, em novembro, do filme documentário “Já vimos este filme”, que se encontra disponível no “Youtube”;
4- Levantamento de dados de problemas de saúde psicológica, por núcleo, para denúncia à sociedade e pressão sob o governo do adoecimento da categoria.
5- Encaminhamento da pauta de reivindicações aos dois candidatos a governo do Estado, cobrando posição agora no segundo turno;
6- Participação do “Ele não” no dia 20/10/18, promovido pelas mulheres;
7- Reforçar o debate da importância da gestão democrática nas escolas;
8- Não orientação ao voto nulo.
9- Elaboração de sineta, se houver tempo, sobre eleições de diretores, com sugestões de atividades para trabalhar o momento histórico que vivemos, sugerindo temas como: fascismo, direitos humanos e estado democrático de direito;
10- Desencadeamento de ampla campanha de filiação ao CPERS;
11- Participação da atividade proposta pela CNTE de no dia 15/10, dia do professor, nas aulas públicas “O futuro do Brasil passa pela educação pública de qualidade”;
12- Distribuição do Jornal Mural em todas as escolas e locais públicos, do comparativo de propostas para educação pública dos dois candidatos à presidência da República, como subsídio para debate e para ação na defesa da educação pública;
13- Moção de apoio ao professor Bolivar Marini contra a criminalização pela sua participação no “# Ele Não” e da professora Cristiane Viana pela aplicação da Lei da Mordaça.