Com falas preconceituosas, Abel Braga perpetua homofobia no futebol


O futebol é um ambiente historicamente marcado por preconceitos que reproduzem homofobia, racismo e misoginia. E, embora avanços importantes aconteçam, como a crescente valorização do futebol feminino, episódios recorrentes demonstram que ainda há um longo caminho a percorrer.

O mais recente desses episódios envolve uma declaração homofóbica do técnico do Sport Club Internacional, Abel Braga, dita com uma naturalidade alarmante.

Na entrevista de apresentação, que oficializava sua contratação, ele afirmou: “Pô, eu não quero a pxxxa do meu time treinando de camisa rosa, parece time de viado.” Ao perceber o constrangimento causado, tentou justificar a fala alegando que buscava “relaxar” os jogadores,  como se a homofobia fosse uma forma aceitável de brincadeira. Para ele, que classificou sua própria declaração criminosa como “malandragem”, esse tipo de discurso serviria para fortalecer o grupo.

A situação, já gravíssima, piorou com a tentativa de retratação. Em suas redes sociais, Abel Braga afirmou que “cores não definem gêneros; o que define é caráter”. Seja por descuido da assessoria ou por uma compreensão distorcida do que são gênero e caráter, o técnico do Internacional voltou a errar.

O Departamento de Diversidade do CPERS reforça que gênero não tem relação com caráter e que a cor rosa jamais definiu a sexualidade de ninguém. Para o Sindicato, é fundamental que o Sport Club Internacional, instituição com milhões de torcedores e uma história gloriosa, adote uma postura condizente com esse legado e se posicione de maneira firme diante da conduta inadequada de seu treinador.

Chega de notas protocolares em redes sociais para tentar minimizar um episódio de grande repercussão. É necessário que o Internacional faça um pedido de desculpas amplo e público à sociedade!

Foto: Tânia Rêgo/Agência Brasil

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