A Coreia do Sul, um dos países mais bem-sucedidos no enfrentamento à pandemia de Covid-19, voltou a fechar nesta terça-feira (25) escolas da capital – Seoul – para conter um novo surto da doença. Quase 200 educadores(as) e estudantes foram contaminados nas duas últimas semanas.
O CPERS chama atenção para a discrepância da situação vivida no estado. O referido surto na Coreia contabiliza um total de 3 mil novos casos em 10 dias, entre 12 e 22 de agosto. É o mesmo número de casos registrados em 24h nesta terça no Rio Grande do Sul, que possui um número cinco vezes menor de habitantes.
Aqui, no entanto, o governo Leite (PSDB) planeja abrir as escolas ainda em setembro.
“O surgimento preocupante desde agosto de um enorme número de contágios se traduz em infecções de nossos alunos e de funcionários, quase 200 pessoas nas últimas duas semanas”, afirmou a ministra da Educação, Yoo Eun-hae, segundo reportagem da revista Veja.
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O sucesso da estratégia sul-coreana até aqui se deu graças à realização de testes em larga escala, com rastreamento dos contatos das pessoas infectadas e rápido isolamento de casos suspeitos.
É o oposto do que ocorre no Rio Grande do Sul, um dos estados que menos realizou testes por habitante de acordo com levantamento do portal Nexo em julho.
A capacidade estrutural de atendimento com segurança à comunidade escolar também é incomparável.
Em pesquisa realizada pelo CPERS, 92% das equipes diretivas respondentes afirmaram que a sua escola não tem recursos suficientes para investir em estrutura adequada e adquirir os EPIs necessários.
Já 81% afirmam que a escola não tem um número adequado de profissionais de limpeza para realizar a higienização necessária.
Dever de casa
O Sindicato reitera: a solução que o governo tenta construir é equivocada por princípio. É preciso lidar com a pandemia primeiro e, só então, debater um retorno às aulas seguro.
Eduardo Leite sequer foi capaz de fornecer EPIs adequados para as escolas estaduais que operam em regime de plantão para entregar atividades e realizar tarefas administrativas, levando à ocorrência de casos na comunidade escolar apesar da exposição reduzida.
As curvas não apresentaram uma redução expressiva, a dança das bandeiras perdeu o sentido e a transmissão comunitária permanece fora de controle.
Não seremos cúmplices da tentativa de normalizar a morte, a necropolítica que une Bolsonaro, Eduardo Leite e todos que celebram o capital acima da vida.
O governador precisa fazer o seu dever de casa. Nós, nossos estudantes e familiares não seremos cobaias.