Coletivo de Funcionários de Escola define ações e estratégias para garantir os direitos da categoria


Na manhã desta quarta-feira (17), os integrantes do Coletivo Estadual dos(as) Funcionários(as) de Escola reuniram-se na sede do CPERS para debater sobre os direitos, a valorização, a formação e as ações que serão implementadas em prol desta importante parcela da categoria. Coordenaram a reunião, a diretora do Departamento dos(as) Aposentados(as), Sonia Solange Viana e o 2º vice-presidente do Sindicato e integrante do Coletivo, Edson Garcia.

Na ocasião, foram apresentadas as propostas do plano de ações do Departamento para 2019, embasadas nas deliberações dos encontros regionais realizados no ano passado. As contribuições colocadas pelo público hoje serão avaliadas para integrar o planejamento da pasta. Entre as definições está a realização dos encontros regionais deste ano.

No decorrer da reunião, foram expostas vivencias que ocorrem com frequência nas escolas e caracterizam situações como desvios de função, sobrecarga de trabalho e desvalorização.

“Já temos a desvalorização salarial por parte do governo e ainda precisamos enfrentar o desrespeito de alguns colegas. Vejo muitos funcionários da manutenção e da merenda, por exemplo, serem discriminados. Eu atuo como monitora e atendo as crianças especiais. Faço pelo carinho e cuidado com os alunos, mas, na verdade, não temos formação para isso”, relatou a monitora da escola Visconde de Cairú, de Santa Rosa, Gabriela Viana de Lima

“Quem me vê sempre sorrindo, não imagina as dificuldades que passo. Para a gente, que está acostumada a ter o dinheirinho certo no final do mês, a não depender de ninguém, está muito difícil, muito triste”, desabafou a funcionária da escola João Eduardo Witt Schmitz, do município de Santiago, Silvia Regina Mateus Verffel.

“Essas situações não podem ser admitidas. A merendeira, por exemplo, não pode acabar suas funções na cozinha e ir limpar a escola. Se fizerem o que não é de sua competência, estarão eximindo o estado de sua responsabilidade”, alertou Garcia.

A importância dos(as) funcionários(as) perceberem-se como educadores(as) que desenvolvem um papel essencial nas instituições foi outro ponto de destaque.  “Escola nenhuma funciona sem funcionário. Não somos apoio, somos educadores e precisamos nos posicionar como tal, inclusive participando das reuniões pedagógicas e colocando as necessidades dos setores. Os cursos oportunizados pelo Profuncionário dão esta dimensão, além da importante formação oportunizada”, observou Sonia.

Consequências da Reforma da Previdência

O advogado Marcelo Fagundes, da assessoria jurídica do CPERS, representada pelo escritório Buchabqui e Pinheiro Machado, expôs os riscos que a Reforma da Previdência acarreta a todos(as) os(as) educadores(as).

Entre as informações repassadas, Fagundes demonstrou que com a Reforma o cálculo do benefício será 60% da média de todos os salários, incluindo os menores. Para chegar a 100% da média, que não é integral, será necessário trabalhar por 40 anos. “É importante frisar que a proposta de Reforma traz a regra de pontuação, que é a soma da idade e do tempo de contribuição. Será preciso fechar 86 pontos se mulher e 96 pontos se homem, com aumento anual dos pontos até chegar a 100”, explicou.

 Análise da conjuntura política

A presidente do CPERS, Helenir Aguiar Schürer, apresentou a análise da conjuntura política e também alertou sobre os riscos que a Reforma da Previdência (PEC 06/2019) representa para a aposentadoria de todos(as) os(as) educadores(as). “Se esta Reforma for aprovada, será instituído o trabalho semi-escravo no país. Isso é muito grave”, disse.

Ao avaliar a conjuntura estadual, Helenir lembrou que o CPERS esteve, em 2018, nos 42 Núcleos da entidade para informar a categoria quanto aos projetos que estavam em disputa e a importância de conhecer a trajetória dos(as) candidatos(as). “É preciso estar atento e verificar como votam, se a favor ou contra os projetos que defendem os direitos dos educadores. Infelizmente acabou sendo eleito o projeto que é a continuidade do governo Sartori”, observou.

O cenário atual da Assembleia Legislativa, com a maioria dos(as) deputados(as) com posições contrárias aos direitos da categoria também foi abordado pela presidente do Sindicato. “Nós temos na Assembleia Legislativa, diversos deputados contra nossos direitos. Então, precisamos visita-los e perguntar como vão votar. Se não tivermos o apoio deles em nossa justa luta, temos de deixar claro que não receberão mais os nossos votos”, orientou.

  A importância da sindicalização

 Durante o encontro também foram abordados temas como a importância da sindicalização, destacada pelo diretor do departamento de Organização Estatutária e Comunidade Escolar, Cássio Ritter.

Entre os benefícios da sindicalização foram ressaltados: a assessoria jurídica, o alojamento na capital, defesa dos direitos, serviço de atendimento ao sócio, convênios no interior, espaços de debate, formação, cultura e lazer.

“Convido para que se candidatem a serem representantes de escola do Sindicato. Precisamos ter esse apoio dentro das instituições para fortalecer ainda mais a nossa luta”, afirmou.

 

 

 

 

 

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