Carta aberta dos funcionários(as) de escola ao governador e aos deputados (as)


Senhor governador Eduardo Leite,

Nós, funcionários de escolas, nunca fomos tão desrespeitados e excluídos como servidores, como acontece em seu governo. Ao enviar à Assembleia Legislativa um projeto de reajuste do piso nacional salarial do magistério, o senhor desconsiderou que também somos educadores e desempenhamos funções essenciais no dia a dia das instituições. E, mais ainda, preferiu ignorar que recebemos como salário base o valor irrisório de R$ 620,72.

A verdade, é que o senhor enviou o projeto apenas porque a lei federal exige que se cumpra a lei do piso.

Nós somos educadores(as) e nos empenhamos para proporcionar uma educação de qualidade para todos e todas. Temos formação e compromisso com a educação. Caso o senhor não saiba, lhe informarmos algumas das nossas funções dentro das escolas.

Os secretários(as) de escola têm a responsabilidade de fazer a efetividade de  todos os profissionais da escola, inserir  as notas dos alunos no sistema, fazer as matrículas, atender aos pais e executar toda a parte administrativa. São profissionais competentes.

As merendeiras(os) são responsáveis pelo preparo dos alimentos oferecidos aos educandos, com toda a responsabilidade que o manuseio da alimentação exige, e preparam os almoços e lanches com todo o carinho e cuidado. São profissionais competentes.

Os funcionários(as) que atuam na parte da infraestrutura (limpeza) são aqueles  que higienizam a escola para o bem-estar dos educandos e de todos que trabalham  na escola. Tornaram-se ainda mais imprescindíveis durante a pandemia. São profissionais competentes.

Os porteiros(as) são aqueles funcionários de escola  que recebem os alunos e toda a comunidade que vai à escola. São profissionais competentes.

Os monitores(as)  são aqueles funcionários que estão sempre ajudando  os alunos  que precisam de algum auxílio e que cuidam da segurança das crianças e jovens durante o recreio. São profissionais competentes.

Governador, saiba que quando os alunos precisam de algo ou ralam o joelho é para nós que eles correm para pedir ajuda. Somos profissionais capacitados, com qualificação e amor pelo que fazemos.

Também para sua informação, senhor governador Eduardo Leite, exercemos o cargo de diretores de escola eleitos pela comunidade para administrar as instituições.

Somos funcionários de escola, temos plano de carreira, integramos a folha de pagamento da secretaria da educação. Merecemos e exigimos a nossa justa reposição salarial.

Somos cientes de nossa importância no ambiente escolar.

Não somos invisíveis! Nos respeite como profissionais que somos.

Por fim, deixamos um questionamento: como o senhor acha que as escolas ficariam sem o trabalho dos funcionários de escola?

Ressaltamos, através desta carta, o registro da nossa indignação e revolta em nome de todos(as) funcionários(as)  de escolas do  Rio Grande do Sul.

Juçara de Fátima Borges

Diretora do departamento dos(as) funcionários(as)  de escola  do CPERS Sindicato.

Porto Alegre, 13 de dezembro 2021.

 

 

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