Capitalização da previdência deixa rastro de mortes e miseráveis no Chile


O Chile é, hoje, o país com o maior número de suicídios entre idosos da América Latina. Mais de 90% dos(as) aposentados(as) recebem pensões inferiores a R$ 694, o equivalente a quase metade do salário mínimo do país (R$ 1.200).

É este modelo desumano que serve de inspiração para a reforma brasileira. O sistema de capitalização, previsto na PEC, substituiu a previdência pública do Chile em 1981, durante a ditadura sanguinária do general Pinochet.

Paulo Guedes, atual ministro da Economia, trabalhou em Santiago na década de 80 – a convite do ex-diretor de orçamento do regime Pinochet – e não esconde sua admiração pela ditadura chilena e pelas ideias extremistas que acabaram com a aposentadoria no país vizinho.

Como funciona


No sistema de capitalização chileno, fundos privados de grandes bancos assumem a administração dos recursos da previdência e não há contribuição por parte de empregadores(as) ou do Estado.

Cada trabalhador deposita cerca de 10% do seu salário mês a mês no sistema, e não tem qualquer garantia de que receberá um valor justo ao final de uma vida inteira de trabalho. Seus rendimentos ficam sujeitos às flutuações do mercado e das crises financeiras.   

No Brasil, a Previdência Social é pública e solidária, ou seja, os(as) trabalhadores(as) na ativa pagam os benefícios de quem já está aposentado, e há outras fontes de receita que garantem a sustentabilidade do fundo.

A PEC prevê coexistência dos modelos público e privado, mas trata-se de uma manobra para substituir gradualmente o fundo do INSS pelo da capitalização. Como empregadores(as) poderão arcar com uma parte menor da aposentadoria, a tendência é que as empresas ofereçam vagas vinculadas apenas ao fundo privado, levando o modelo público à falência.

Plenárias Regionais

O CPERS percorre todo o estado para realizar uma série de plenárias sobre a Reforma da Previdência e a Pauta de Reivindicações da categoria.

A intenção é organizar e mobilizar a base para a luta contra o fim da aposentadoria e para participar da Assembleia Geral e Popular. A questão salarial terá destaque no debate.

As plenárias iniciaram no dia 27 de fevereiro e seguem até 5 de abril, com reuniões nas cidades-sede dos 42 núcleos do Sindicato e com a presença das direções central e dos núcleos.

Confira o cronograma e consulte seu núcleo para se informar sobre o local e o horário.

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