Campanha do Laço Branco: homens pelo fim da violência contra as mulheres


Por Solange Carvalho*

O Departamento de Gênero e Diversidade do CPERS chama atenção de educadoras e educadores para a importância da Campanha do Laço Branco, neste dia 6 de dezembro, que busca sensibilizar, envolver e mobilizar os homens no engajamento pelo fim da violência contra a mulher.

Na luta pela igualdade de direitos, precisamos conscientizar homens e mulheres, mas principalmente os homens, para que sejam parceiros na defesa dessas bandeiras.

A Campanha Brasileira “Homens pelo fim da violência contra as mulheres” integra atividades desenvolvidas em consonância com as ações dos movimentos organizados de mulheres e de outras representações sociais, que buscam promover a equidade de gênero nos campos da saúde, educação, trabalho, ação social, justiça, segurança pública e direitos humanos.

A Campanha surgiu a partir de um triste episódio. No dia 6 de dezembro de 1989, um rapaz de 25 anos (Marc Lepine) invadiu uma sala de aula da Escola Politécnica, na cidade de Montreal, Canadá.

Ele ordenou que os homens – aproximadamente 48 – se retirassem da sala, permanecendo somente as mulheres. Gritando: “você são todas feministas!?”, ele começou a atirar enfurecidamente e assassinou 14 mulheres, à queima roupa.

Em seguida, suicidou-se. O rapaz deixou uma carta na qual afirmava que havia feito aquilo porque não suportava a ideia de ver mulheres estudando engenharia, um curso tradicionalmente dirigido ao público masculino.

O crime mobilizou a opinião pública de todo o país. Assim, um grupo de homens do Canadá decidiu se organizar para dizer que existem aqueles que cometem a violência contra a mulher, mas também os que repudiam essa atitude.

Eles passaram a fazer várias ações públicas e adotaram como lema jamais cometer um ato violento contra as mulheres e não fechar os olhos frente a essa violência.

Foi então lançada a primeira Campanha “White Ribbon Campaign”: homens pelo fim da violência contra a mulher.

Nas duas últimas décadas, ela já foi implementada em diferentes países: na Ásia (Índia, Japão e Vietnã), Europa (Noruega, Suécia, Finlândia, Dinamarca, Espanha, Bélgica, Alemanha, Inglaterra e Portugal), África (Namíbia, Quênia, África do Sul e Marrocos), Oriente Médio (Israel), Austrália e Estados Unidos.

No Brasil, o lançamento oficial foi realizado em 2001.

Ainda temos um índice muito alto de crimes contra as mulheres no país, que vão desde agressão verbal, psicológica até o feminicídio. Campanhas como esta têm importante papel na conscientização da luta pelo fim da violência e por um mundo mais igual.

*1ª vice-presidente e diretora do Departamento de Gênero e Diversidade do CPERS

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