A toque de caixa e sem qualquer diálogo com a rede estadual, a Secretaria da Educação lançou uma avaliação diagnóstica da aprendizagem dos estudantes no período pandêmico.
O programa “Avaliar é Tri” inclui a aplicação de provas presenciais já a partir da próxima segunda-feira (24), causando inúmeros transtornos à organização da rotina escolar e indignação entre a categoria.
É a terceira tentativa atrapalhada de estabelecer um sistema do gênero.
Antes, educadores(as) preencheram incontáveis planilhas e perderam tempo com a desastrosa plataforma “Avalia”, iniciativas lançadas e descartadas pela Seduc sem qualquer retorno às escolas.
De forma tecnocrática e sem base pedagógica, a proposta é mais um elemento a pesar sobre a enorme carga de trabalho imposta sobre a categoria.
Também desrespeita a autonomia pedagógica, gerando interrupções no processo de ensino-aprendizagem em um momento em que comunidades escolares lutam para priorizar os vínculos de estudantes e os aprendizados possíveis.
Por fim, tenta construir uma percepção de falsa normalidade, aglomerando mais estudantes em sala de aula quando estamos na iminência de uma terceira onda da Covid e surtos multiplicam-se nas escolas.
Em vídeo, a secretária Raquel Teixeira diz que quer contar com a parceria dos educadores(as). Começa mal. A educação não pode ser conduzida sob a lógica da cobrança, da coerção e da chantagem, cabendo à categoria todos os deveres e nenhum direito.
É urgente que o governo Eduardo Leite (PSDB) e a Seduc cessem as tentativas de reinventar a roda, ouçam a comunidade escolar e cuidem do que é essencial neste período; fornecer condições adequadas de trabalho remoto, vacinas, EPIs decentes e segurança sanitária pra o ambiente escolar.
Orientamos as equipes diretivas e a categoria a resistir em conjunto com seus conselhos escolares, exercendo o direito à gestão democrática. O CPERS oficiou o governo manifestando suas preocupações com a avaliação e cobrando o adiamento do teste.
A prova pode esperar. Nossas vidas, não.