Aposentadas vão às ruas, na véspera de Natal, denunciar o confisco que Eduardo Leite fará em seus salários


Vestidas de preto e carregando nas mãos o símbolo da luta dos educadores, a sineta, aposentadas do grupo Sempre Ativas Sempre Ativas percorreram, na manhã de hoje, véspera de Natal, o Centro de Porto Alegre para denunciar à população o confisco que o governo Eduardo Leite fará em seus salários. Nesta semana, com 38 votos, foi aprovada a Reforma da Previdência dos Servidores Civis, que cria alíquotas progressivas para funcionários(as) da ativa e taxa aposentados(as) que recebem abaixo do teto do INSS.

Até então, aposentadas que recebiam abaixo do teto do INSS não pagam a contribuição. A Assessoria Jurídica do CPERS ingressará com Ação Direta de Inconstitucionalidade para revogar os efeitos da Lei, que passam a valer em 90 dias a partir da sanção.

Ao entregar o panfleto que trazia as informações sobre mais este ataque brutal contra os educadores, que já enfrentam 49 meses de salários parcelados e atrasados, cinco anos sem reajuste e 13º através de empréstimo, o grupo explicava as consequências para a categoria.

“No dia 18 deste mês, o governo nos deu esse amargo presente de Natal, saqueando os nossos salários e afetando de forma brutal a nossa sobrevivência. Agora, teremos que fazer duras escolhas como a de decidir entre comer ou comprar nossas medicações”, desabafou a professora Jussara Domingues, sócia do CPERS desde 1961.

“A ação que estamos realizando hoje é para marcar este momento triste que estamos vivendo. Mostrar o nosso repúdio e indignação e denunciar à sociedade gaúcha que além de não pagar nossos salários em dia, o governador ainda quer retirar um alto percentual das nossas já minguadas remunerações. Contribuímos uma vida inteira e agora temos que passar por isso”, destacou a educadora Valéria Chemale.

Ao receber o panfleto das mãos das aposentadas, a professora de Literatura, Irene Cecchin, de 84 anos, mostrou-se solidária à reivindicação das colegas e lembrou das lutas que fez ao lado do Sindicato. “Eu participei da primeira greve feita pelo CPERS, na época do governo Amaral de Souza. Agora, o que este rapazinho está fazendo com a nossa categoria é desumano demais. Ele mentiu durante toda a campanha, pois não está fazendo nada do que afirmou que faria”, disse.

Notícias relacionadas