O governo Eduardo Leite/Ranolfo Vieira Júnior (PSDB) fracassou em mais uma tentativa de desmonte das escolas públicas estaduais. Desta vez, o Estado articulava a municipalização da EEEF 20 de Maio e EEEF Moinhos, de Estrela.
Mas os educadores(as) e as comunidades escolares das duas instituições mostraram a força da mobilização e impediram este ataque da atual gestão.
Desde junho, quando as escolas ficaram sabendo da investida do Estado, educadores(as), pais e estudantes firmaram a resistência. Foram reuniões, visitas aos gabinetes e demais manifestações na Câmara de Vereadores do município para exigir apoio contra a municipalização.
“Todos nós da escola estamos muito felizes, sabendo que foi a nossa luta e a pressão ao governo municipal que proporcionou esta vitória”, destaca Neusa Teresinha Mueller, secretária e atual presidente do Conselho Escolar da EEEF 20 de Maio.
Para a diretora da EEEF Moinhos, Beatris Reckziegel, a não municipalização da instituição é uma vitória e conquista da comunidade Moinhos. “Valeu o empenho de cada um e de cada uma, somos guerreiros e principalmente os educadores. Todo este bonito movimento foi um exercício de cidadania e da força da mobilização. Parabéns a todos nós: professores, funcionários, alunos, pais e muito à comunidade Moinhos. A luta não encerra”, afirma a diretora.
Nesta quinta-feira (7), a Prefeitura de Estrela fez um comunicado em suas redes sociais afirmando que não dará prosseguimento ao processo de municipalização em ambas as instituições.
A diretora do 8º Núcleo (Estrela), Eloede Maria Conzatti, analisa que a mobilização das comunidades escolares foram primordiais para a vitória. “Valeu a movimentação, a organização das comunidades escolares, a luta das nossas diretoras, as visitas aos gabinetes e do núcleo com a representação estadual. Foi um movimento que deu certo”, destaca.
Eloede frisa que a municipalização não pode ser imposta pelos governos – sem qualquer diálogo com educadores(as), pais e alunos(as). “O prefeito entendeu que coisas não podem ser feitas assim, a comunidade precisa estar ciente do que está acontecendo. Nesse caso, podemos dizer que temos uma educação pública de qualidade e comunitária também. Estamos muito felizes e as escolas também”, finaliza a diretora do 8º Núcleo.
No mês de junho, o presidente em exercício do CPERS, Alex Saratt, e a diretora Vera Lessês, juntamente com Eloede, acompanharam de perto a situação das instituições. O diretor Cássio Ritter também participou de uma das mobilizações das escolas na Câmara de Vereadores.
“Foi a reação da comunidade escolar que repudiou a municipalização e a mobilização dos educadores que pressionaram o governo municipal e estadual, que são responsáveis por essa vitória. Se a comunidade escolar se unir, nenhum governo consegue municipalizar as escolas. Estamos muito contentes pela vitória dessas duas escolas, tão importantes para a comunidade de Estrela”, avalia o diretor Cássio Ritter.
Mobilizar a comunidade é fundamental
O CPERS orienta as comunidades de escolas ameaçadas de municipalização a mobilizarem-se para impedir a continuidade do processo.
Audiências públicas, reuniões com pais e estudantes, abaixo-assinado e pressão nos deputados(as), vereadores(as), secretários(as) de educação e prefeitos(as) são alguns dos movimentos para resistir ao desmonte do governo com as escolas estaduais.
Se sua instituição corre o risco de ser municipalizada, comunique o núcleo de sua região.