Em março, o secretário da Fazenda vaticinou: o Rio Grande do Sul perderia 30% da arrecadação do ICMS de abril devido à pandemia.
Errou. A queda foi inferior à metade do previsto: 12,8%.
Em abril, nova previsão: R$ 900 milhões deixariam de ser arrecadados em maio.
Mais um chute pra fora. A redução no mês de maior rigidez do isolamento social foi de R$ 772,8 milhões.
Não que as perdas não sejam expressivas. Mas os efeitos da Covid-19 na economia gaúcha foram suavizados pelo bom desempenho no primeiro trimestre.
Informe elaborado pelo Dieese aponta que, de janeiro a maio, a queda nominal frente ao mesmo período de 2019 foi de 1,1%, ou R$ 156 milhões.
“O ICMS cresceu, em média, 12% ao mês no primeiro trimestre”, explica a economista Anelise Manganelli, técnica do DIeese.
O período coincide com os meses em que o governo Leite implementou a maior parte dos descontos da greve, cortando salários de mais de 27 mil educadores(as) apesar das aulas recuperadas e do ano letivo concluído.
“Pagar ou não os educadores pelo trabalho prestado não depende da situação financeira. Foi uma opção política”, avalia Anelise.
Embora o governo use a pandemia para justificar ataques e atrasos salariais recordes, os números não mentem: o corte de ponto é uma medida meramente punitiva.
Devolver os salários confiscados está ao alcance de Eduardo Leite. Basta querer.
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