Preço da cesta básica aumenta pelo 2º mês consecutivo em todas as capitais, aponta Dieese


Pesquisa divulgada pelo Dieese nesta sexta-feira (6), demonstra que o preço da cesta básica segue em alta, pelo segundo mês consecutivo, em todas as capitais. Em Porto Alegre, o aumento foi de 6,34% em abril passando a custar R$ 780,86.

Confira a pesquisa completa aqui

Dos 13 produtos que compõem o conjunto de gêneros alimentícios essenciais, 11 ficaram mais caros: o tomate (25,79%), a batata (14,63%), o leite (13,46%), a farinha de trigo (10,07%), o óleo de soja (7,15%), o pão (7,07%), a manteiga (6,30%), o arroz (3,87%), o café (3,04%), a carne (3,01%) e o feijão (2,51%). A banana foi o único item a registrar queda (-4,41%) e o açúcar ficou estável (0,00%).

Em abril, o valor do conjunto dos alimentos básicos aumentou em todas as capitais onde o DIEESE (Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos) realiza mensalmente a Pesquisa Nacional da Cesta Básica de Alimentos. Entre março e abril, as altas mais expressivas ocorreram em Campo Grande (6,42%), Porto Alegre (6,34%), Florianópolis (5,71%), São Paulo (5,62%), Curitiba (5,37%), Brasília (5,24%) e Aracaju (5,04%). A menor variação foi observada em João Pessoa (1,03%).

São Paulo foi a capital onde o conjunto dos alimentos básicos apresentou o maior custo (R$ 803,99), seguida por Florianópolis (R$ 788,00), Porto Alegre (R$ 780,86) e Rio de Janeiro (R$ 768,42). Nas cidades do Norte e Nordeste, onde a composição da cesta é diferente das demais capitais, os menores valores médios foram registrados em Aracaju (R$ 551,47) e João Pessoa (R$ 573,70).

Com base na cesta mais cara, que, em abril, foi a de São Paulo, e levando em consideração a determinação constitucional que estabelece que o salário mínimo deve ser suficiente para suprir as despesas de um trabalhador e da família dele com alimentação, moradia, saúde, educação, vestuário, higiene, transporte, lazer e previdência, o DIEESE estima mensalmente o valor do salário mínimo necessário.

Em abril de 2022, o salário mínimo necessário para a manutenção de uma família de quatro pessoas deveria equivaler a R$ 6.754,33, ou 5,57 vezes o mínimo de R$ 1.212,00. Em março, o valor necessário era de R$ 6.394,76, ou 5,28 vezes o piso mínimo. Em abril de 2021, o valor do mínimo necessário deveria ter sido de R$ 5.330,69, ou 4,85 vezes o mínimo vigente na época, de R$ 1.100,00.

Tempo médio de trabalho para adquirir os produtos da cesta básica

Em abril de 2022, o tempo médio necessário para adquirir os produtos da cesta básica foi de 124 horas e 08 minutos, maior do que o registrado em março, de 119 horas e 11 minutos. Também é superior ao observado em abril de 2021, quando a jornada necessária ficou em 110 horas e 38 minutos.

Quando se compara o custo da cesta e o salário mínimo líquido, ou seja, após o desconto de 7,5% referente à Previdência Social, verifica-se que o trabalhador remunerado pelo piso nacional comprometeu em média, em abril de 2022, 61,00% do rendimento para adquirir os produtos da cesta, mais do que em março, quando o percentual foi de 58,57%. Em abril de 2021, quando o salário mínimo era de R$ 1.100,00, o percentual ficou em 54,36%.

Cesta Básica em Porto Alegre – Números de abril 2022

  • Valor da cesta: R$ 780,86
  • Variação mensal: 6,34%
  • Variação 12 meses: 24,72%
  • Jornada necessária para comprar a cesta básica: 141 horas e 44 minutos.
  • Percentual do salário mínimo líquido para compra dos produtos da cesta: 69,65%
  • Salário Mínimo Necessário deveria ser de R$ 6.754,33 ou 5,57 vezes o mínimo vigente de R$ 1.212,00.

Foto destaque: EBC/Agência Brasil

Notícias relacionadas