“É por isso que o homem morre mais cedo.” A frase, dita em tom de brincadeira quando alguém presencia uma imprudência masculina, carrega uma verdade incômoda. Segundo o IBGE, em estudo divulgado em 2023, a expectativa de vida entre homens e mulheres difere em 6,6 anos, enquanto elas vivem, em média, até 79,7 anos, eles chegam apenas a 73,1.
O encerramento precoce da vida dos homens muitas vezes está relacionado ao tabu em torno do cuidado com a própria saúde, como ocorre nas negligências em relação ao câncer de próstata, tema central da campanha Novembro Azul. É o que destaca o diretor do Departamento de Saúde da(o) Trabalhadora(or) e 1º vice-presidente do CPERS, Alex Saratt. Para ele, “ao estudar e conhecer a realidade da saúde masculina, percebemos, pelas estatísticas, dados e pesquisas, que a negligência com a própria saúde acaba sendo uma marca triste e infeliz.”
O câncer de próstata é um exemplo claro de como o cuidado constante com a saúde pode modificar e prolongar a vida dos brasileiros. De acordo com a Sociedade Brasileira de Urologia (SBU), em dados divulgados pela Agência Brasil, a cura desse tipo de câncer pode chegar a até 98%, dependendo de alguns fatores, entre eles, a detecção precoce.
Ainda assim, é estarrecedor que uma doença com tamanha chance de cura ainda mate 47 brasileiros todos os dias, segundo dados de 2023 do Ministério da Saúde.
A preocupação com o câncer é compartilhada pelo também diretor do Departamento de Saúde da(o) Trabalhadora(or), Celso Dalberto. Para ele, “há um preconceito, principalmente entre os homens, de achar que não precisam de tratamento ou de exames preventivos.” O diretor também aponta uma distorção comum: muitos acreditam que a prevenção só é necessária quando há sintomas. “Os homens pensam: ‘eu estou forte, faço academia, corro, jogo bola, então não preciso fazer exames, porque não estou doente’. E é aí que mora a negligência”, afirma.
Já passou da hora de incorporar à vida dos homens uma rotina de cuidados com a própria saúde e a categoria educadora tem papel fundamental nesse processo. Segundo Alex, “o CPERS busca constituir uma abordagem que permita, incentive e eduque nossos colegas professores, funcionários e também aposentados quanto à importância de cuidar da saúde de maneira preventiva e proativa.”
Desde cedo, ao desmistificar exames preventivos e incentivar o cuidado com o corpo, educadoras(es) podem desempenhar um papel essencial nessa mudança de cultura. É hora de mudar, pela saúde dos homens e pelo autocuidado!





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