Mostras Pedagógicas do CPERS em Montenegro, Gravataí e Pelotas revelam vitalidade da escola pública em contraponto ao descaso do governo


Nesta quarta-feira (1º), a 6ª Mostra Pedagógica do CPERS seguiu com atividades nos núcleos de Montenegro (5º), Gravataí (22º) e Pelotas (24º). Ao todo, 26 iniciativas foram apresentadas, trazendo reflexões fundamentais para a educação, como sustentabilidade, combate ao racismo estrutural, mudanças climáticas, entre outros temas de grande relevância.

Enquanto Eduardo Leite (PSD) insiste em aprofundar a precarização da educação no Rio Grande do Sul, professoras(es), funcionárias(os) de escola e estudantes mostram que a escola pública resiste. A cada Etapa Regional da Mostra, multiplicam-se experiências de inovação, solidariedade e criatividade, em contraste gritante com o abandono promovido pelo governo. Confira abaixo como foram as Mostras Regionais desta quarta-feira (1º)!

Mostra do 24º Núcleo celebra práticas pedagógicas e fortalece a luta coletiva

Em Pelotas, a Mostra do 24º Núcleo transformou o Sindicato dos Trabalhadores nas Indústrias e Cooperativas da Alimentação em um espaço de celebração da prática docente e de resistência coletiva. Na ocasião, a Direção Central esteve representada pelo 2º vice-presidente e coordenador da Comissão de Educação do Sindicato, Edson Garcia, e pela também diretora da Comissão, Sandra Silveira, que reforçaram a necessidade de dar visibilidade ao que é produzido nas salas de aula.

“A Mostra de Pelotas se afirmou como um verdadeiro espaço de resistência, de denúncia e, sobretudo, de inclusão. Ao abordar temas tão urgentes como o antirracismo, o antimachismo, o combate à LGBTQIA+fobia e a valorização de uma vida e alimentação saudáveis, ela demonstrou que a escola é um espaço de formação cidadã, de reflexão crítica e de transformação social. Um dos grandes diferenciais deste evento foi dar protagonismo a vozes muitas vezes invisibilizadas. A presença de estudantes com deficiência escancarou a dura realidade enfrentada diariamente nas nossas escolas: a falta de estrutura, de acessibilidade e de condições adequadas para garantir o direito pleno de todos e todas à educação. Do mesmo modo, a atividade nos brindou com momentos culturais marcantes, como a apresentação de uma orquestra formada por alunos da rede pública. Esse gesto revelou, com sensibilidade, a potência que emerge quando se investe na arte e na cultura como parte integrante da formação escolar. Ao reunir esses elementos, a Mostra reafirmou o papel da escola como espaço de cidadania, de acolhimento e de construção coletiva”, explicou Edson.

Na abertura do encontro, a orquestra da EEEM Areal emocionou o público com uma apresentação que será realizada novamente na Mostra Estadual, em novembro, em Porto Alegre.

Quatro projetos de escolas da região se apresentaram: “Cartas de Guerra”, do IEE Aimone Soares Carriconde, resgatou memórias históricas e provocou reflexões sobre paz e direitos humanos; “Inclusão através da atividade física, o despertar do corpo”, do CE Dom João Braga, apresentou o esporte como ferramenta de integração. Do CE Cassiano do Nascimento, surgiram duas potentes iniciativas: “Tod@s por Uma”, focado na solidariedade escolar, e “Molécula ao Creme – Comida Boa, Vida Top”, que aproximou ciência e cotidiano ao tratar de alimentação saudável.

A Comissão Avaliadora foi composta por Eliane Aires, Adão Luiz da Rosa e Maria da Graça Machado Almeida, que reconheceram o esforço e a criatividade das propostas.

Representando o 24º Núcleo, participaram do encontro a diretora, Bernadete Seixas de Ávila, a vice-diretora, Karita Gill Sinoti, e as(os) diretoras(es): Antonio Alberto Andreazza, Maria Virgínia Fagundes, Maria da Graça Almeida, Eloísa Sodré, Carmen Beatriz Ucker e Ramão Pinheiro.

Da reciclagem à crítica social: práticas pedagógicas que desafiam o projeto neoliberal do governo ganham destaque em Montenegro

A Mostra Regional em Montenegro (5º Núcleo) expôs a precarização da rede estadual de ensino. Realizada no Sindicato dos Metalúrgicos, reuniu 16 projetos, dos Anos Iniciais ao Ensino Técnico, muitos deles voltados às enchentes, ao racismo estrutural e à falta de políticas públicas que aprofundam a crise educacional. A atividade contou com a presença de mais de 300 pessoas, que prestigiaram as inciativas produzidas no chão das escolas da região.

Um dos momentos mais marcantes foi o projeto “Precarização da Educação Rio-Grandense em Escolas Estaduais”, em que a aluna Camila Reidel destacou: “Observamos um contexto de desvalorização dos professores, a falta de estrutura nas instituições, o impacto direto na formação do estudante e consequentemente no futuro da sociedade. O nosso objetivo é dar visibilidade a um problema que afeta milhões de pessoas, especialmente os alunos e educadores da rede estadual. Então queremos mostrar como a ausência de políticas públicas adequadas contribui para a precarização da educação, como isso interfere na qualidade do ensino e nas condições de trabalhos dos profissionais”. Sua colega, Ariane Vier, reforçou: “Além disso, o contato direto com os professores e alunos, e a realidade que vivemos em algumas escolas, nos motivou ainda mais a pesquisar sobre o assunto”.

Outras iniciativas chamaram a atenção pela inovação, como “Sustentabilidade em Jogo”, da Escola Estadual Dr. Jorge Guilherme Moojen, que uniu matemática, ciências e consciência ambiental. “O nosso projeto não foi realizado somente para revisar matérias, e sim para que as pessoas entendam que os materiais recicláveis são importantes para o meio ambiente”, explicou a estudante Monique Israel de Mello Alves. A colega Ketlyn Oliveira completou: “O nosso projeto não foi feito apenas para jogar, e sim aprender a matéria que está sendo desenvolvida de forma divertida”. Para a professora Letícia de Mello da Silva, a reciclagem como recurso pedagógico “ajudou na questão da aprendizagem dos alunos, com uma didática lúdica e facilitadora, para que eles consigam resolver problemas e sejam mais estimulados com autonomia”.


A Comissão Avaliadora foi formada pelas(os) educadoras(es), Adriane Boff, Anna Xavier, Cristiane Gehrke, Grasiela Monteiro, João Batista, José Cirne, Letícia Mossmann, Lucas Braga, Mclane Stumm, Mariana Garcia, Mateus Dalchiavon, Michael da Silva, Nycolas Kochhann, William Sawicki, Alex Saratt, Juçara Borges e Elbe Belardinelli. 

Na avaliação do 1º vice-presidente do CPERS, Alex Saratt, a Mostra de Montenegro foi “um grande sucesso”, tanto pelo número de trabalhos quanto pela qualidade e relevância das propostas. “O evento mostra a vitalidade e a força da escola gaúcha, o comprometimento dos educadores, direções e alunos, com projetos que tenham significação na sua vida, não só com atividades que prezam a teoria, mas que também consigam oferecer soluções práticas para a comunidade. Mostra também que a pedagogia na qual nós lutamos no Sindicato está muito diferente e muito distante daquela pedagogia de mercado, daquela pedagogia voltada apenas para o desempenho e resultados, e que não dialoga com a cidadania, com a sustentabilidade e com a democracia”.

O diretor Elbe Belardinelli, que também integra a Comissão de Educação do Sindicato, foi enfático ao apontar a disputa de projetos que atravessa a educação pública gaúcha: “Essa também é uma disputa pedagógica. Por um lado, o governo avança no seu projeto neoliberal, individual, de educação meritocrática, e por outro lado, nós do CPERS propomos uma outra escola. Uma escola diferente, humanista, que pense na integralidade. Essa é a disputa do projeto”.

Representando a Direção Central do CPERS, também participou da atividade a diretora Juçara Borges. Do Núcleo, marcaram presença a diretora-geral, Elisabete de Vargas Pereira, a vice-diretora, Simone Garcia Nunes e a secretária, Lara Maria Lampert.

Em Gravataí, estudantes provam que a escola pública é espaço de cidadania

Ainda nesta quarta-feira (1º), a edição de Gravataí (22º Núcleo) reuniu educadoras(es) e estudantes no Colégio Estadual Antônio de Castro Alves, em Alvorada, em outro momento de afirmação da vitalidade da educação pública.

A Direção Central foi representada por Andréa Nunes da Rosa, diretora e membro da Comissão de Educação, e pela diretora Daniela Peretti, enquanto o Núcleo esteve representado pela diretora Rosane Moreira Jardim e as(os) dirigentes Anderson de Lima Vicente e Fernanda Quevedo Rolim.

A Comissão Avaliadora, formada por Anderson de Lima Vicente, Fernanda Quevedo Rolim, Josiane Ladelfo e Eliz Regina Soares Silveira, destacou a seriedade e a relevância dos seis trabalhos inscritos.

Para a diretora Andréa Nunes da Rosa, o brilho nos olhos das(os) estudantes e a dedicação das(os) educadoras(es) mostram que o CPERS segue construindo uma educação transformadora: “Foi uma tarde muito significativa, presenciamos trabalhos excelentes, estudantes engajados e muito envolvidos nos projetos. Trabalhos que promovem a inclusão,  a solidariedade, de muita relevância social, política e já consolidados em suas escolas”, frisou.

Da EEEM Tuiuti, de Gravataí, o projeto “Processo Eleitoral Brasileiro (Eleições)” estimulou a reflexão sobre democracia e participação cidadã. Já o CE Antônio de Castro Alves apresentou o criativo “Castrogram”, que levou a linguagem digital para dentro da escola, e “Escritores da Escola/Mostra Artística”, voltado para a valorização da produção literária das(os) estudantes. A EEEM Farroupilha, de Viamão, trouxe três trabalhos: “A Expansão Imperialista no Século XIX”, “Farroups News – Um Jornal Inclusivo” e o “Clube de Ciências”.

De Pelotas a Gravataí, passando por Montenegro, as Etapas Regionais da 6ª Mostra Pedagógica do Sindicato revelam uma realidade incontornável: a educação pública gaúcha resiste pela força e pela dedicação de suas(seus) profissionais, estudantes e comunidade escolar, apesar do descaso e da omissão do governo Eduardo Leite (PSD). 

As Etapas Regionais da Mostra estão percorrendo os núcleos do Sindicato em todo o interior do Rio Grande do Sul. Os projetos selecionados em cada região se apresentarão na Mostra Estadual, que será realizada em novembro, em Porto Alegre. Fique atenta(o) à data da atividade na sua cidade e participe! Mais informações aqui!

>> Confira, abaixo, os projetos selecionados em cada região para a Etapa Estadual:

> EDIÇÃO REGIONAL DE MONTENEGRO (5º NÚCLEO):

Ensino Fundamental – Anos iniciais:

  • A Inteligência artificial, amiga da sustentabilidade! – Escola Engenheiro Paulo Chaves 

Ensino Fundamental – Anos finais:

  • Produção de extrato pirolenhoso no Brasil – Escola Engenheiro Paulo Chaves 
  • Reflexões sobre o racismo estrutural e o empoderamento da mulher negra – Escola Adão Martini  

Ensino Médio:

  • Euro Quest- TCMC Treinamento Cognitivo com Mídia Cultural- Escola Dr. Paulo Ribeiro Campos 

Ensino Técnico:

  • Bala dura funcional à base de erva-mate (ilex paraguariensis) – Escola São João Batista

> EDIÇÃO REGIONAL DE GRAVATAÍ (22º NÚCLEO):

Ensino Médio:

  • Processo Eleitoral Brasileiro (Eleições) – EEEM Tuiuti (Gravataí)
  • Castrogram – CE Antonio De Castro Alves (Alvorada)
  • A Expansão Imperialista no Século XIX – EEEM Farroupilha (Viamão)
  • Escritores da Escola/ Mostra Artística – CE Antônio de Castro Alves (Alvorada)
  • Farroups News_Um Jornal Inclusivo – EEEM Farroupilha (Viamão)
  • Clube de Ciências – EEEM Farroupilha (Viamão)

> EDIÇÃO REGIONAL DE PELOTAS (24º NÚCLEO):

Projeto: Cartas de Guerra
Professora: Nazine de Moura Bittencourt Ribeiro
Escola: IEE Aimone Soares Carriconde

Projeto: Inclusão através da atividade física, o despertar do corpo.
Professora: Elisa Machado Milach
Escola: CE Dom João Braga

Projeto: Tod@s por Uma
Professora: Sedeni Vieira de Moraes
Escola: CE Cassiano do Nascimento

Projeto: MOLÉCULA AO CREME “Comida Boa, Vida Top: Alimentação Saudável para Arrasar na Adolescência”
Professores: Lauren e Luis Henrique
Escola: CE Cassiano do Nascimento

>> Confira, abaixo, mais fotos das Etapas Regionais da 6ª Mostra Pedagógica do CPERS: 

> PELOTAS (24º NÚCLEO): 











> MONTENEGRO (5º NÚCLEO):

> GRAVATAÍ (22º NÚCLEO): 

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