Estudantes ocupam Colégio Estadual Emilio Massot para reivindicar melhorias na Educação Pública


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Na manhã desta quarta-feira, dia 11, os estudantes do Colégio Estadual Coronel Afonso Emilio Massot, em Porto Alegre surpreenderam professores e funcionários com a ocupação da Escola. Os estudantes do Grêmio Estudantil da Escola conversaram com a direção, professores e alunos para avisar sobre a iniciativa que tem como finalidade apoiar os professores e a luta por uma Educação Pública de qualidade.
Pela tarde o diretor do CPERS, Cássio Ritter visitou à escola para conversar com os alunos e apoiar a mobilização dos estudantes.
As principais reivindicações dos alunos são: falta de professores no Ensino Médio e Fundamental, falta de funcionários de escola e falta de repasses de verbas. Os alunos também reivindicam respeito do governo Sartori (PMDB) com os educadores, pelos constantes atrasos e parcelamentos de salários. Segundo o presidente do Grêmio Estudantil, Marcos Anderson os alunos só desocuparão a escola assim que o governo fazer os repasses para a instituição e suprir o déficit de professores. “O governador Sartori não sabe que é na sala de aula que se forma um cidadão? Pelo jeito ele nunca esteve em uma escola. Além da falta de professores e funcionários de escola e os repasses, nós exigimos mais respeito com os nossos professores. Como eles darão uma boa aula se estão com a cabeça nas contas e não tem dinheiro para pagar. Nós apoiamos a luta dos professores e estamos juntos”, afirma.
A vice-diretora do turno da noite, Neiva Lazzarotto, relata que apesar da diretoria ser pega de surpresa com a mobilização dos estudantes, a escola considera legitima e importante a iniciativa. “Inclusive nos sentimos orgulhosas com o ato. Esse é o caminho da união dos educadores, alunos e a comunidade escolar para lutarmos pela Educação Pública”, afirmou.
Neiva também argumenta que além da falta de professores e funcionários de escola, a instituição está três meses sem receber repasses do governo Sartori. “Não aceitamos que o Estado não tem dinheiro. O que o governador Sartori está fazendo é o desmonte deliberado da Educação Pública”, destacou.
“Eu como professora de sociologia estou orgulhosa com o ato dos alunos. Isso significa que eles estão entendendo o difícil momento pelo qual a Educação Pública e nós educadores estamos passando”, relata a professora da escola, Vanessa Gil.
A professora de português, Graciela Palácios conta estar emocionada com atitude dos aestudantes. “Estou achando maravilhoso, esse ato fortalece nós educadores que estamos cansados de lutar pelos nossos direitos” desabafa.

Oficinas de música, teatro e grafite estão sendo realizadas durante a ocupação
Durante a ocupação estão ocorrendo aulas normais na escola. Também estão acontecendo oficinas de música, teatro e grafite. A escola está aberta para a comunidade escolar participar das atividades. Nesse sábado será realizado o Dia da Solidariedade que contará com a participação dos pais, alunos e toda a comunidade escolar.
A estudante, Luana Silva garante que a ocupação não tem data para acabar e a ideia surgiu para apoiar os professores. “Nós estamos acompanhando as ocupações feitas nos outros Estados como Rio de Janeiro e São Paulo e pensamos porque não fazer aqui? Temos que defender nossos professores que todos os meses tem seus salários atrasados e parcelados e lutar pela nossa Educação e nosso futuro”, defendeu.
O aluno Robert Aguiar,  está responsável pela contabilidade de todos que entram na escola como pais, imprensa e a comunidade escolar. Segundo Robert ele recebe total apoio dos pais para estar na ocupação do colégio. “Minha mãe diz que é importante minha participação, pois assim me tornarei um adulto responsável e melhor, que luta pelo que acredita”, destacou.
Cerca de 30 alunos permanecerão na ocupação da escola à noite, duas salas uma para os meninos e outra para as meninas estão sendo organizadas para os mesmos dormirem. Duas professoras ficarão no monitoramento dos alunos durante a noite.

Plenária Estadual dos Estudantes será realizada nesta sexta-feira
No mesmo dia da Assembleia Geral do CPERS, na próxima sexta-feira, dia 13, às 13h30 os estudantes de todo Estado realizarão Plenária Estadual dos Estudantes no estacionamento do Gigantinho (Av. Padre Cacique, 891). Os estudantes  denunciarão o descaso da Educação Pública no Rio Grande do Sul e definirão atividades em apoio aos professores e em defesa da Educação Pública.

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