Em Conselho Geral, educadores(as) decidem pela construção da greve na base da categoria


Reunidos na sexta-feira (05), os(as) conselheiros(as) do CPERS analisaram o cenário atual do magistério púbico do estado e frente ao descaso do governo Eduardo Leite com as pautas emergenciais da categoria definiram, entre outras mobilizações, pela construção da greve na base da categoria.

Na fala de abertura do Conselho, a presidente da entidade, Helenir Aguiar Schürer, ressaltou a falta de diálogo do governo Eduardo Leite, que não atendeu as inúmeras solicitações da direção central do CPERS para estabelecer, de fato, a mesa de negociação com a categoria.

“Como até dia três não tivemos reposta, consideramos que o governo rompe a negociação. Estamos no quinto ano do mesmo projeto neste estado. É uma continuidade do projeto de desmonte do estado iniciado por Sartori, o desafio é grande, mas esta categoria tem um histórico de luta e resistência e vamos honrá-lo”, afirmou.

Antecedendo as deliberações, a secretária-geral da Internacional da Educação para América Latina (IEAL), Fátima Silva, falou sobre mercantilização e privatização da educação.

Fátima fez um resgate histórico sobre como iniciou este processo no Brasil e no exterior, informou sobre os principais grupos mundiais envolvidos no jogo de interesses da privatização da educação e as sérias consequências para a educação pública.

“Estes grupos são organismos multilaterias, a OCDE, o banco mundial, a Unesco e a Unicef também estão neste processo. Têm uma forte atuação junto aos governos nacionais e uma campanha de desprestígio total do setor público, através da mídia. Tudo que é público não presta, não serve. Só serve o que é privado. E a população vai assimilando e comprando esta ideia”, observou.

“Nosso desafio é fazer a luta constante. Não temos outra alternativa. Precisamos ler, estudar e entender este processo extremamente doloso à educação pública para podermos fazer a justa defesa”, afirmou.

CPERS denunciará a desumanidade de Leite ao MP e a OIT

Na ocasião, Helenir lembrou da audiência pública sobre a demissão do(as) educadores(as) contratados(as) em licença-saúde, realizada esta semana na Assembleia Legislativa, por solicitação do CPERS.

O Sindicato está organizando um dossiê sobres os casos e solicita aos Núcleos que enviem informações sobre as situações ocorridas em suas regiões. “Foi uma das audiências mais pesadas e tristes que já acompanhei. Vamos entrar com uma representação no Ministério Público para reverter esta situação. Também denunciaremos esta desumanidade à Organização Internacional do Trabalho, a OIT. Não podemos esperar que mais educadores cheguem ao extremo que quatro colegas chegaram no ano passado, tirando a própria vida”, alertou.

Confira as propostas de mobilização aprovadas:

  1. Construção de Greve na base da categoria;
  2. Campanha “A verdadeira face do Governo Eduardo Leite: Cruel, Privatista e Bolsonarista”;
  3. Mobilização para barrar a Reforma da Previdência:

3.1 – Pressão sobre os(as) deputados(as) no aeroporto e nas suas bases eleitorais;

3.2 – Mutirão de visitas aos(às) vereadores(as) e Prefeitos(as) cobrando posição em relação à Reforma da Previdência e pressão sobre deputados(as) de seu partido político, mediante documento aprovado pelo Conselho Geral da Entidade. A largada será no dia 08 de julho, rumo à PARALISAÇÃO NACIONAL chamada pela CNTE, no dia 13 de agosto;

3.3 – Participação em demais atividades chamadas pela CNTE, conforme o cronograma aprovado no CNE e já encaminhado aos Núcleos.

  1. Nota Pública reiterando a posição do CPERS/Sindicato contra a totalidade da Reforma da Previdência que atinge toda a classe trabalhadora, destroi a aposentadoria e ataca a sobrevivência, portanto rechaçando qualquer emenda e dando ampla publicidade desta decisão;
  2. Pressão no Tribunal de Justiça por ocasião do dia da votação do processo dos danos morais, cuja ação de autoria do governo é manobrar a decisão já conquistada a favor dos servidores públicos;
  3. Encontro Estadual Educacional com os Comitês de Educação dos Núcleos, no dia 26 de julho, no Salão de Atos do CPERS/Sindicato. Na programação, mesa de debate sobre “Financiamento da Educação Brasileira em tempos de desconstrução do estado de direito: Desafios e possibilidades”, com José Marcelino Rezende Pinto – USP;
  4. Vigília e Pressão aos Deputados no dia 09 de julho, por ocasião da votação da LDO, denunciando a situação de miserabilidade da categoria;
  5. Dia 12 de julho – Ato Público no final da tarde no centro de Porto Alegre, a partir das 18h e nas Regiões onde estão organizadas para o Dia Nacional de Luta Contra a Reforma da Previdência, chamado pelas Centrais Sindicais;
  6. Orientação de não recuperação de aulas relativas aos dias de greve e paralisação, condicionadas ao abono dos referidos dias pelo governo por escrito;
  7. Assembleia Geral da categoria após o Congresso Estadual do CPERS/Sindicato, podendo ser antecipada pela Direção Central, se houver necessidade;
  8. Orientação à categoria e exigir do governo equipamento para utilização do aplicativo;
  9. Manifestações(Atos), em frente aos órgãos do governo, nos municípios com o chamamento aos órgãos de imprensa, nos dias do pagamento de salário;
  10. Recomenda que os Projetos Políticos Pedagógicos da Escola sejam reescritos com a redação considerando a Legislação Estadual que torna obrigatório o Ensino de Língua Espanhola;
  11. Moção de Repúdio à Mineração de Carvão no RS;
  12. Moção de Repúdio ao Governo dos Estados Unidos da América por promover o acirramento do bloqueio econômico a Cuba, através da reedição da Lei Helms-Burton, ingerindo inclusive em assuntos extra-territoriais, com o objetivo de degradar a vida do povo cubano. Porto Alegre, 05 de julho de 2019. Conselho Geral do CPERS/Sindicato.

 

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