Em Cachoeira do Sul, governo Leite ameaça esvaziar a EEEM Dr. Liberato Salzano Vieira da Cunha


Educadores(as), estudantes, pais e a comunidade escolar da EEEM Dr. Liberato Salzano Vieira da Cunha, localizada no bairro Tupinambá, em Cachoeira do Sul, estão mobilizados contra a decisão autoritária da 24ª Coordenadoria Regional de Educação (CRE), que prevê para o próximo ano (2024) a transferência professores(as) e de oito turmas do 2º ao 5º ano, para a EEEF Juvêncio Soares, no bairro Soares da cidade.

A diretora da instituição, Marilda Lena Baptista, conta que no dia 18 de agosto foi chamada na 24ª CRE, onde foi comunicada da decisão das transferências de cerca de 200 estudantes.  “Segundo o que me foi passado, essa seria uma tentativa de não fechar a EEEF Juvêncio Soares, que atualmente está com poucos alunos”, declara.

Assim que a diretora avisou a todos(as) da possível transferência desses estudantes, provocando o esvaziamento da escola, a comunidade não aceitou a decisão. De lá para cá, muitas mobilizações ocorreram, reuniões com os pais e alunos(as), abraço na escola, audiências na Câmara de Vereadores da cidade, encontros com a Seduc.  Nestas mobilizações, o CPERS estava presente através da diretora do 4º Núcleo (Cachoeira), Dina Marilú Machado Almeida, e do vice-diretor, Jucemar Gonçalves da Costa.

CPERS na luta em defesa da educação pública

Nesta quarta-feira (6), a diretora da escola, acompanhada de pais e o vice-diretor do 4º núcleo (Cachoeira do Sul), Jucemar Gonçalves da Costa, reuniram-se com o 1º vice-presidente do Sindicato, Alex Saratt.

A diretora expôs que a comunidade escolar é contra a transferência das crianças por muitos motivos, mas o principal é que escola oferece turno integral para os estudantes. “São 13 anos de turno integral e que as famílias, a maioria dos bairros Tupinambá, Bom Retiro e Barcelos, estão satisfeitas com a metodologia de ensino e ressaltam a qualidade da estrutura e do ensino da Escola Liberato, que atende o Ensino Fundamental, o Ensino Médio e o EJA”, esclarece.

O 1º vice-presidente do CPERS, Saratt, destacou que o Sindicato estará presente na luta contra o esvaziamento da Escola Liberato e contra a possível municipalização da Escola Juvêncio Soares.

“Nós rechaçamos essa decisão da 24ª CRE e queremos que a escola Liberato siga prestando o serviço que há muitas décadas vem fazendo com excelência à comunidade. Lutamos para que a escola Juvêncio encontre alternativas, seja através de uma política de incentivo à matrícula de novos alunos, ou adoção, por exemplo, do turno integral, que oferece uma outra perspectiva e qualidade para as crianças da comunidade”, afirmou.

A diretora Marilda conta que esteve reunida com o diretor-geral da Seduc, Paulo Burmann. “Ele assegurou que o assunto não estaria ventilado na Seduc, mas que iria conversar com a 24ª CRE e visitar a escola com uma definição do problema. Estamos aguardando”, destacou.

Nesta quinta-feira (14), ocorre audiência pública, na Câmara de Vereadores de Cachoeira do Sul, às 19h, com a presença da presidente do CPERS, Helenir Aguiar Schürer, e demais membros da Direção Central, representantes da direção do 4º núcleo (Cachoeira do Sul), integrantes da EEEM Dr. Liberato Salzano Vieira da Cunha e EEEF Juvêncio Soares, estudantes, pais, mães e a comunidade escolar. O encontro visa debater a situação das duas instituições.

Seguiremos vigilantes e ativos na luta contra o esvaziamento da EEEM Dr. Liberato Salzano Vieira da Cunha e contra a municipalização da EEEF Juvêncio Soares.

O CPERS continuará exigindo que a vontade das comunidades escolares seja respeitada e orienta as instituições ameaçadas de municipalização a mobilizarem-se. Até o momento, através da resistência, diversas tentativas de municipalização já foram impedidas. Por isso, é imprescindível que pais, estudantes e educadores(as) permaneçam firmes na luta para barrar o avanço do processo.

Audiências públicas, reuniões com as comunidades escolares para organizar o apoio da sociedade, abaixo-assinados e pressão nos deputados(as), vereadores(as), secretários(as) de educação e prefeitos(as) são algumas das ações recomendadas.

É fundamental que o governo invista na infraestrutura das instituições de ensino, valorize salarialmente professores(as) e funcionários(as) de escola, da ativa e aposentados(as), e respeite o seu projeto político-pedagógico para qualificar a educação.

Estaremos mobilizados, acompanhando de perto a situação e defendendo veementemente o ensino público contra mais este ataque de Eduardo Leite (PSDB) à educação pública gaúcha.

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