Após um forte ato público na Praça da Matriz e na Esquina Democrática, em Porto Alegre, centenas de educadores seguiram em caminhada, abaixo de intensa chuva, até a Secretaria Estadual de Educação – Seduc. No local, foram surpreendidos pela presença do BOE, que impedia o acesso ao local. Apenas os integrantes do Comando de Greve do CPERS puderam ingressar na Secretaria, os demais ficaram sob a chuva. O local, sediou a reunião entre os representantes do Sindicato e do governo. Usando as mesmas falsas justificativas, o governo alegou não ter condições financeiras de pagar os salários em dia e de forma integral. O CPERS contestou todos os dados apresentados, inclusive com informações de estudos do Dieese que apontam o contrário: o governo tem sim dinheiro para pagar os educadores e demais servidores.
O Sindicato lembrou, mais uma vez, que o governo não faz nenhuma ação para combater a sonegação (R$ 7 bilhões) e a isenção fiscal (R$ 9 bilhões), bem como não contesta as perdas do Estado com a Lei Kandir (mais de R$ 48 bilhões). São recursos que deveriam ficar no Rio Grande do Sul e que auxiliariam, de forma significativa, a mudar o cenário atual.
O término da greve e do ano letivo está nas mãos do governo
A presidente do CPERS, Helenir Aguiart Schürer, destacou que a situação financeira e psicológica da categoria piora a cada novo parcelamento. Desde o início do governo Sartori, as remunerações do funcionalismo já foram parceladas 21 vezes. A última, em agosto, foi a de menor valor pago: R$ 350,00. “Não podemos mais viver assim. Nem falamos mais em salário para viver e sim para sobreviver. O governo tem a obrigação de encontrar uma solução, uma saída”, desabafou.
O secretário da Fazenda, Giovani Feltes, novamente, não compareceu à reunião. Em seu lugar foi o secretário adjunto, Luiz Antonio Bins. Junto com Bins, o secretário da Educação, Ronald Krummenauer, o chefe da Casa Civil, Fabio Branco, e o líder do governo, o deputado Gabriel Souza, não apresentaram nenhuma proposta para o fim do parcelamento dos salários. Diante disso, a presidente do Sindicato afirmou que a greve será mantida e fortalecida dia após dia.“Não voltaremos enquanto não tivermos a garantia dos nossos salários pagos em dia e de forma integral. É pela nossa dignidade! A responsabilidade pelo término da greve e do ano letivo está nas mãos do governo”, afirmou.