Diante da demora do governo, escola Emílio Massot decide suspender as aulas a partir desta terça-feira


Antes mesmo do governador anunciar a suspensão das aulas na rede estadual a partir desta quinta (19), a direção e o conselho escolar do CE Emílio Massot, na capital, decidiram suspender as aulas por tempo indeterminado a partir desta terça (17).

A deliberação ocorreu nesta manhã e foi comunicada aos estudantes. No sábado, o CPERS publicou nota exigindo a imediata suspensão das atividades letivas para proteger educadores(as), estudantes e suas famílias.

A diretora Cirlânia Souza e a vice-diretora Neiva Lazarotto reuniram os alunos no pátio para repassar a informação e explicar os motivos que levaram à medida.

“Acompanhamos com preocupação as estatísticas do país e o aumento progressivo de contaminação. Como a única medida do governo até agora tinha sido a de lacrar os bebedouros, decidimos convocar o conselho, que respaldou a nossa decisão. Estamos reduzindo os espaços de circulação. É a única forma de frear a contaminação. É difícil tomar essa decisão, mas a vida vem em primeiro lugar. Contamos com a compreensão de todos”, comunicou Cirlânia.

Em seguida, Cirlânia leu a carta aberta à comunidade escolar, que será encaminhada ao governo ainda hoje e também repassada aos estudantes para que leiam com suas famílias. Em votação, os estudantes aprovaram por unanimidade a suspensão das aulas.

“Aqueles que puderem permanecer em suas casas, permaneçam. A Itália não fez isso de imediato e agora estão enfrentando um caos”, destacou Cirlânia.

“Cada turma terá um representante que será o contato com os grupos de educadores de cada ano”, explicou Neiva.

“O governador só pensa nele. Não está pensando nos estudantes nem nos professores. Se fechou, se protegeu e nos deixou a esmo. Que governo é esse?”, questionou o estudante do primeiro ano, Matheus Edemar Pereira Vicente, que carregava consigo um tubo de álcool gel.

“Achei a decisão super acertada, pois assim não ficamos tão expostos. A escola, por exemplo, não tem álcool gel, nós trazemos de casa”, relatou a estudante Hillary Ingrid.

Ana Maria de Souza, professora de Português e membro do conselho escolar conta que já vinha monitorando a situação junto com a escola. “Estávamos muito preocupados, pois a escola sequer álcool gel pode fornecer aos alunos e manter as aulas, onde há grande circulação de pessoas, seria uma irresponsabilidade.  Tomando essa precaução agora, talvez o vírus não se alastre tanto”, ponderou.

“Nos grupos de pais colocávamos toda nossa preocupação, pois muitos estudantes usam o transporte coletivo, compartilham as garrafas de água e os lanches. Além disso, apesar das crianças muitas vezes não manifestarem os sintomas do coronavírus, elas são vetores. Se o estado não protege, não faz o que deveria, nós temos que agir. Se não tentarmos frear o contágio entraremos em colapso”, salientou  Diego Perito, pai de uma aluna do segundo ano do ensino fundamental.

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