O CPERS manifesta seu mais profundo repúdio às declarações de teor racista proferidas durante a cerimônia de entrega do Prêmio da Academia Rio-Grandense de Letras (ARL), realizada em Porto Alegre, no dia 12 de dezembro.
As falas do presidente da instituição, Airton Ortiz, ao atribuir o pioneirismo cultural do Rio Grande do Sul exclusivamente à imigração alemã e italiana, desconsiderando a riqueza cultural e histórica da população negra, são inaceitáveis e refletem um racismo estrutural que deve ser combatido em todos os espaços da sociedade.
A escritora Eliane Marques, premiada na categoria Narrativa Longa pelo romance “Louças de Família”, condenou com veemência a fala do presidente da organização. Com coragem, Eliane subiu ao palco para expressar sua indignação, afirmando que declarações como essas não podem ser aceitas em silêncio, pois deslegitimam o protagonismo da população negra na formação cultural do estado e do país.
Reforçamos nossa solidariedade à escritora Eliane Marques. Sua fala representa uma luta coletiva por justiça e equidade, especialmente em um estado cuja história e cultura foram moldadas por diferentes povos, com protagonismo negro fundamental, ainda que historicamente invisibilizado.
Ressaltamos que declarações como a de Airton Ortiz deslegitimam a diversidade cultural brasileira e perpetuam estigmas e desigualdades. É dever de todas as instituições, em especial aquelas ligadas à cultura e à educação, promover a inclusão, o respeito e a valorização da pluralidade que compõe nossa sociedade.
O CPERS, por meio do Coletivo Estadual de Igualdade Racial e Combate ao Racismo, reafirma seu compromisso com o combate ao racismo em todas as suas formas e com a construção de uma sociedade verdadeiramente democrática e antirracista. Seguiremos vigilantes e atuantes para que a educação seja um espaço de transformação social, pautado no respeito às diferenças e na valorização de todas as identidades.
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