O CPERS marcou presença, nesta terça-feira (1º), no lançamento do Plebiscito Popular RS, realizado no auditório da Casa dos Bancários, no Sindbancários, em Porto Alegre. A iniciativa busca mobilizar a população gaúcha em torno de pautas urgentes para a classe trabalhadora: redução da jornada de trabalho sem redução de salários, fim da escala 6×1, ampliação da faixa de isenção do imposto de renda para quem ganha até R$ 5 mil e taxação de grandes fortunas e super-ricos.

A atividade integra uma campanha nacional, articulada pelas Frentes Brasil Popular e Povo Sem Medo, com participação de entidades como CUT, CTB, demais centrais sindicais, partidos de esquerda e movimentos sociais. O objetivo é construir um amplo processo de diálogo popular, estimulando a participação direta da sociedade para enfrentar desigualdades históricas e avançar em conquistas trabalhistas.

A abertura contou com a apresentação da juventude do Levante Popular, trazendo a defesa de direitos fundamentais da classe trabalhadora.

Representando as centrais sindicais, marcaram presença Alex Saratt, da CTB e 1º vice-presidente do CPERS, Amarildo Cenci, presidente da CUT-RS, e Neiva Lazzarotto, da Intersindical e diretora do 39° Núcleo do Sindicato. Ampliando a representatividade do Sindicato ainda mais, participaram as(os) diretoras(es) Sandra Santos, Celso Dalberto e Elbe Belardinelli.

Quem conduziu o debate foi Lucas Monteiro, do Levante Popular, e Maria Helena, da CUT-RS.

Alex Saratt, secretário de Comunicação da CTB e 1º vice-presidente do CPERS, resgatou a trajetória histórica de lutas populares: “Vivemos um período de grandes esperanças na América Latina, com governos progressistas e ascensão de movimentos sociais. Isso incomodou o império, a burguesia e o capital. Por isso, sofremos golpes e ataques, inclusive aqui no Brasil. O Plebiscito nos chama a retomar a mobilização, movimentando a classe trabalhadora com coragem e protagonismo.”

A expectativa é reunir mais de 1 milhão de votos no Rio Grande do Sul, somando força à mobilização prevista para a Semana da Pátria, entre 1º e 7 de setembro, durante o tradicional Grito dos Excluídos.
Para Amarildo Cenci, presidente da CUT-RS, o Plebiscito representa um instrumento de enfrentamento social: “O governo faz o seu papel. As forças progressistas, de forma institucional, também sinalizam a resistência. Mas nós precisamos ir além: enfrentar, tensionar os limites, apresentar o nosso posicionamento social. Tenho certeza de que não vai haver fábrica, escola, hospital ou local de trabalho sem urna para que a gente junte mais de 1 milhão de votos no Rio Grande do Sul.”

Já Neiva Lazzarotto, da Intersindical e diretora do 39° Núcleo do Sindicato, destacou a importância de politizar o debate: “Quando tudo está sereno, é sinal de que o capitalismo está nos vencendo. Este movimento começou com o clamor pelo fim da escala 6×1, por condições dignas de vida além do trabalho e somou a defesa da taxação de grandes fortunas e a denúncia dos privilégios. É hora de retomar a mobilização popular.”

A votação popular terá urnas físicas espalhadas em sindicatos, praças, igrejas, terminais de transporte e outros espaços de circulação. Os 42 núcleos do CPERS irão disponibilizar urnas a partir da próxima semana, somando-se a esta grande mobilização. Além disso, será possível votar de forma online no site www.plebiscitopopular.org.br.
Representando os partidos políticos, participaram do lançamento Juçara Dutra (PT), Giovani Culau (PCdoB) e Luciana Genro (PSOL). As(os) deputadas(os) estaduais Sofia Cavedon (PT) e Matheus Gomes (PSOL) também marcaram presença, além de representantes dos movimentos sindicais, da classe trabalhadora e estudantil, como Levante Popular, MST, Movimento Vida Além do Trabalho, UNE, UEE, entre outros.

Os temas do Plebiscito já tramitam no Congresso Nacional, por meio de propostas como a PEC da escala 6×1, apresentada pela deputada federal Erika Hilton (PSOL-SP), e o Projeto de Lei (PL) da reforma tributária do governo Lula (PT), mas não avançaram até agora. Além desses, também tramita o Projeto de Lei 67/2025, de autoria da deputada federal Daiana Santos (PCdoB-RS), que propõe a redução da jornada de trabalho para 40 horas semanais e garante dois dias consecutivos de descanso remunerado para as(os) trabalhadoras(es) brasileiras(os). A consulta popular pretende recolocar essas demandas na agenda nacional com força, a partir da manifestação direta do povo.
A campanha organizará comitês municipais, regionais e nos locais de trabalho, moradia e estudo, para garantir a ampla participação. Também estão previstos cursos de formação para preparar militantes e dirigentes para o trabalho de base e a educação popular.
O CPERS reforça que a mobilização será prioridade nos próximos meses, para garantir que a consulta popular amplie a voz da maioria trabalhadora do Rio Grande do Sul, recolocando a redução da jornada, o fim da escala 6×1, a justiça tributária e a dignidade social no centro do debate nacional.
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