CPERS dá ultimato ao governo do Estado


Aproximadamente 2 mil educadores foram as ruas nesta sexta-feira, dia 24, reivindicar, ao governo do Estado, o pagamento do Piso Nacional Salarial do Magistério e, de imediato, o reajuste dos 13,01%, fixados em janeiro deste ano. O protesto também pediu a manutenção do IPE público, com a ampliação do atendimento, e reforçou a contrariedade da categoria quanto a aprovação do PL 4330/04.

Após reunirem-se em frente à sede do CPERS, professores e funcionários de escola, seguiram até a Secretaria da Fazenda com o objetivo de serem atendidos pelo secretário Giovani Feltes. Representantes da Direção Central do Sindicato, que entraram no prédio da secretaria antes do início da manifestação, permaneceram no local, mas os demais não tiveram acesso. Enquanto esperavam para serem recebidos por Feltes, os educadores colaram adesivos em formato de chave no prédio da secretaria. A iniciativa fez uma alusão a abertura do cofre da Secretaria para pagar o Piso aos professores.

Durante a manifestação, os diretores dos Núcleos do CPERS denunciaram a situação nas escolas e o descaso com a categoria. Falta de funcionários de escola, principalmente de merendeiras e serventes, esteve entre as principais queixas.

Após mais de duas horas de espera, o grupo, que não foi recebido pelo secretário, paralisou o trânsito na Avenida Mauá por 13 minutos e um segundo, representando o percentual de reajuste que o governo deve a categoria.

Logo após, a manifestação seguiu até o Palácio Piratini.

Biolchi reconhece que CPERS estava certo ao cobrar os royalties do petróleo

Logo após a manifestação chegar em frente ao Palácio Piratini, o chefe da Casa Civil, Márcio Biolchi, recebeu os representantes da Direção Central do CPERS. Durante a reunião, a presidente do Sindicato, Helenir Aguiar Schürer, lembrou a Biolchi que o governo ainda devia a resposta da solicitação do CPERS quanto a mesa de negociação entre o Sindicato, o governador e os secretários das pastas de educação e da fazenda e o chefe da Casa Civil. Ficou estabelecido que o governo tem até o dia 8 de maio para informar a data ao CPERS. “Esse será o nosso prazo máximo. Caso o governo não nos dê retorno até esse dia, construiremos a maior greve que esse sindicato já viu”, afirmou Helenir.

Durante a reunião, Biolchi informou que na próxima segunda-feira, dia 27, ocorrerá uma reunião almoço, no Palácio Piratini, com deputados federais e senadores para tratar das questões do Pré-Sal, entre outros recursos que o governo federal deve repassar ao Estado. “Eles representam uma diferença de 10 bilhões no fluxo de caixa do governo. O CPERS tem toda a razão em reivindicar os royalties”, destacou o secretário.

Desde a primeira audiência com o governo, o CPERS vem alertando para a importância da mobilização para garantir que os recursos oriundos dos royalties do Pré-Sal sejam destinados à educação pública gaúcha.

No encerramento do ato, Helenir orientou a categoria para que, ao voltarem para suas escolas, iniciem a mobilização da categoria que deve, a partir de agora, ficar alerta. “Estamos em estado de alerta, pois 8 de maio será nosso dia D. se não tivermos um retorno positivo do governo quanto a mesa de negociações, cruzaremos nossos braços. E garanto, desde já, que não faremos greve de vanguarda. Vamos retomar aquele sindicato que fazia tremer as paredes do Piratini”, afirmou.

 

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