O Colégio Protásio Alves, instituição que já foi referência na qualidade de ensino na capital, atualmente sofre as consequências de anos de descaso e falta de investimentos. Goteiras, mofo, disjuntores vencidos, infiltração em praticamente toda a estrutura do prédio construído há cerca de 60 anos, já fazem parte da rotina dos cerca de 2 mil alunos, professores e funcionários da escola. Para agravar ainda mais a situação, na última segunda-feira, após um tremor, as paredes do laboratório de informática, que já contavam com algumas rachaduras, ficaram maiores. Diante da gravidade da situação, que levou a suspensão das aulas até esta quarta-feira, a vice-presidente do CPERS, Solange Carvalho, acompanhada da assessoria jurídica do Sindicato esteve hoje na escola para colocar a entidade à disposição para ajudar a solucionar o grave problema enfrentado pela instituição.
“Estamos extremamente preocupados com as condições estruturais da escola para nossos alunos, professores e funcionários. O risco de um curto circuito, entre outras situações de perigo, é eminente. É um ato criminoso permitir que uma escola abra as portas nesse estado”, observou Solange.
A diretora do Protásio Alves, Ana Maria de Souza, informou que o relatório de vistoria da Secretaria de Obras, Saneamento e Habitação do Departamento de Obras Públicas do Estado interditou parcialmente a escola e afirmou que há condições de os alunos seguirem o ano letivo. “Interditaram a entrada pela Ipiranga e suspenderam a circulação de pessoas pela escada de uma das paredes com rachaduras. Os alunos estão ingressando pela entrada da Érico Veríssimo onde não é bem iluminado e ocorrem muitos assaltos. Para os estudantes do noturno fica ainda mais perigoso. Estamos todos em pânico. Por nós, a escola já estaria fechada”, detalhou.
Medo, insegurança e preocupação
Hoje, foi o primeiro dia de aula na escola após o tremor nas paredes fazer com as rachaduras no laboratório de informática deixassem a situação ainda mais grave. A precariedade da instituição tem levado alguns pais como o consultor de atendimento Marcelo Souza, 44 anos, a não permitir que a filha Larissa, 17 anos, aluna do 2º ano, retorne à sala de aula. “Nossa família toda está em pânico. Minha filha está perdendo aula, mas por enquanto não tenho segurança alguma em deixá-la retornar à escola”, desabafou. Larissa, que é aluna do Protásio desde o ano passado conta o sentimento que prevalece entre os alunos e dá detalhes da gravidade da situação. “Na semana passada, houve um curto circuito no ginásio. Goteiras são o que mais tem. Não nos sentimos seguros e muito menos motivados a estudar”, afirmou.