O CPERS realizou na manhã desta sexta-feira (05) seu Conselho Geral para definir as ações de luta da categoria contra os ataques dos governos Temer Sartori e deliberar sobre o regimento eleitoral para a eleição da direção central do Sindicato, que ocorre nos dias 27 e 28 de junho deste ano.
“No dia 04 de maio, o Congresso Nacional apresentou uma proposta de unificação de todas as eleições para 2021. Ou seja, se hoje a nossa luta já é dura, ela pode piorar. Imagina continuarmos com os governos Temer e Sartori por mais 4 anos? Esse é o tempo que eles precisam para acabar de vez com os nossos direitos. Além disso, temos o novo secretário de educação, membro da agenda 2020, com pensamento neoliberal e que objetiva a diminuição do Estado e as privatizações. Isso sinaliza um duro golpe ao nosso plano de carreira. As centrais já estão organizando nossa resistência. Estejamos atentos, mais do que nunca, será tempo de mostrarmos nossa força”, destacou a presidente do CPERS, Helenir Aguiar Schürer.
Foram aprovadas as seguintes mobilizações:
1- Mobilizar a categoria para participar da Vigília na Assembleia Legislativa, no dia 09 de maio (3ª feira), para barrar a votação do Pacote de Maldades do Governador Sartori, realizando rodízio de participação, a partir da terça-feira posterior (16/05), com grupos de núcleos regionalizados. Será garantida a possibilidade de participação de todos os representantes dos núcleos que tiverem interesse;
2- Aderir a ida para Brasília e construir uma nova Greve Geral;
3- Participar das atividades unificadas, organizadas pelo conjunto das Centrais Sindicais, contra a retirada de direitos;
4- Realizar o próximo Conselho Geral da Entidade, em Ijuí, cidade da base eleitoral do deputado federal Darcisio Perondi, do PMDB, com a realização de um grande Ato Público em Repúdio ao deputado;
5- Realizar Moção de Repúdio à Portaria Nº 577 de 27 de abril de 2017 do MEC que trata da reconvocação da CONAE/2018 e a arbitrária dissolução do FNE;
6- Foi aprovado o regimento eleitoral para as eleições do CPERS.
Apoio aos povos indígenas
No início do Conselho, a presidente do CPERS lembrou da extrema violência praticada nas últimas semanas contra os povos indígenas, que recentemente protestaram em Brasília contra a redução dos direitos dos povos, considerada por eles “a mais grave e iminente ofensiva” dos últimos 30 anos.
O professor João Maurício Farias, que acompanha a situação da tribo Kaaguy Porá, relatou que os índios retomaram uma área da Fepagro, em Maquiné. “Em função do desmonte das fundações pelo governo, se deram conta dos riscos e retomaram a área. “Não é uma invasão, nem uma ocupação, é a retomada de uma área ancestral”, disse.
“É nossa área, nossa terra. Hoje, tem muitas famílias acampadas em beiras de estrada, expostas a todos os perigos. Estamos retomando essa terra para o nosso povo. Esperamos há muito tempo e o governo não nos escuta. Essa área não é do Estado, é dos povos indígenas, dos nossos ancestrais. Nós somos pacíficos, não queremos conflito”, destacou André Benites, cacique da tribo.
“Está ocorrendo um ataque brutal aos indígenas, que são os verdadeiros donos das terras deste país. Nós reconhecemos o direito deles à terra, por isso podem contar com o nosso apoio”, afirmou Helenir.