
Centenas de educadores participaram da 20ª Marcha dos Sem – em defesa da democracia – contra o golpe, que reuniu milhares de manifestantes nesta sexta-feira, dia 11, em Porto Alegre. Nem o sol forte e o calor intenso impediram que os educadores se unissem a milhares de manifestantes de centrais sindicais e movimentos sociais e estudantis, para defender a democracia. Com bandeiras, faixas e cartazes, percorreram as ruas da capital com palavras de ordem como Fora Cunha, Fica Dilma e Não vai ter golpe, referindo-se ao processo de impeachment contra a presidente Dilma Roussef.
Após concentrarem-se na rótula das cuias, os manifestantes seguiram em caminhada até o Palácio Piratini. Em frente ao local, foi realizado um ato público.
A vice-presidente do CPERS, Solange Carvalho, destacou que esta terça-feira foi um dia marcado pela luta pela democracia, iniciando, ainda de manhã, com o lançamento oficial da Frente Brasil Popular. “Nós, servidores, organizamos o Movimento Unificado dos Servidores Públicos, que reúne, de forma inédita, 44 entidades para lutar contra os ataques do governo. Nós fazemos a luta para exigir nossos direitos, mas consideramos muito importante também estar aqui hoje nos somando a essa grande mobilização pela democracia. O CPERS, há mais de 70 anos, está em todas as lutas sociais. Queremos um Brasil com mais qualidade na educação e na saúde e com segurança para todos. Sem democracia, isso será praticamente impossível”, observou.
Na Praça da Matriz, em uma assembleia simbólica, os manifestantes votaram a favor da organização de um acampamento no local, a partir de janeiro, como forma de pressão para a saída do presidente da Câmara dos Deputados, Eduardo Cunha, responsável pelo pedido de impeachment da presidente, e pela manutenção da democracia. O ato encerrou com todos cantando juntos o hino nacional.
A Marcha dos Sem
A Marcha é organizada anualmente desde 1996. O principal objetivo é mobilizar a classe trabalhadora e unir os movimentos sociais para enfrentar o modelo neoliberal, que tem trazido exclusões e aprofundado as desigualdades de acesso e oportunidades, aumentando a violência e a precarização do trabalho na sociedade.
A atividade tem um caráter reivindicatório, mas também propositivo, apontando alternativas de desenvolvimento às instituições públicas e privadas para um Estado indutor do crescimento econômico e social, sustentável e que promova a justiça social. “Todo o processo de construção do lançamento da Frente Brasil Popular e de organização da Marcha dos Sem está sendo tocado coletivamente com as entidades que integram a Coordenação dos Movimentos Sociais (CMS)”, disse o presidente da CUT-RS, Claudir Nespolo.