Casa Mirabal: projeto de geração de renda auxilia mulheres vítimas de violência na Capital


Além de amparo e proteção às mulheres vítimas de violência, a Casa de Referência Mulheres Mirabal, localizada em Porto Alegre, realiza diversas ações para possibilitar que as acolhidas tenham uma fonte de renda e consigam retomar suas vidas. Uma das iniciativas desenvolvidas é o Quitutes Mirabal.

Brownies, pães, bolos, cucas, trufas, geleias e cardápios para datas especiais como Natal, Páscoa e Dia das Mães são algumas das iguarias produzidas. Cada quituteira define seu próprio cardápio. A partir do que elas decidem produzir, é feita a divulgação na página do projeto no Instagram (@quitutes.mirabal) com as opções e as formas de contato.

A ação existe há cerca de três anos e iniciou com o intuito de que as acolhidas usassem a cozinha como ambiente terapêutico. Em 2019, o Quitutes Mirabal concretizou uma nova parceria, a Enactus UFRGS e passou a comercializar os produtos, gerando renda para essas mulheres.

A venda dos produtos auxilia também no fortalecimento da autonomia financeira e pessoal da Casa, que apenas recentemente, após uma luta de cinco anos – que envolveu disputa na justiça com a prefeitura e o Estado, conquistou o alvará de funcionamento que permitirá a continuidade do importante trabalho que realizam.

Foto: Guilherme Almeida

“A iniciativa surgiu também como forma de enfrentamento a dependência econômica e ao desemprego existente entre as mulheres atendidas”, explica a coordenadora da Casa, Nana Sanches.

De acordo com ela, a destinação do valor arrecadado é destinada majoritariamente às mulheres que produzem. “Deixamos elas à vontade para decidirem se querem contribuir com algum percentual para a Casa”, afirma.

Com a pandemia, as organizadoras perceberam a necessidade de ampliar os limites do projeto e passaram a incluir também outras mulheres da comunidade que precisam usar a cozinha para obter os recursos necessários para manter suas casas.

A iniciativa tem também o objetivo de ampliar o espaço, principalmente a cozinha. Além dos quitutes, há também corte e costura, estamparia e produção de sabonetes artesanais. “Para tudo isso precisamos de espaço em nossa casa, que é pequena, mas temos buscado recursos para conseguir ter uma estrutura melhor para abrigar todas as nossas ações”, destaca Nana.

O Brasil é o quinto país com a maior taxa de feminicídios, ocupando esse perverso destaque no cenário mundial e convivendo diariamente com elevadas estatísticas de violências cotidianas praticadas contra as mulheres.

O CPERS, que representa uma categoria majoritariamente feminina, apoia a causa da Casa Mirabal e toda forma de combate e superação do machismo, do racismo, da LGBTFobia, assim como outras formas de desigualdade e violência.

Imagem destaque: Luiza Castro/Sul 21

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