Aula na rua e manifestações marcaram o primeiro dia da Caravana da Educação na capital


Em diversas escolas de Porto Alegre a lição ensinada hoje pelos professores não ficou restrita a sala de aula, tomou dimensões maiores: foi para a rua, onde se fez ouvir por centenas de pessoas. A mensagem? O desrespeito do governo do Estado com os educadores. No final do mês de julho, 62 mil professores tiveram seus salários parcelados. E embora o governo tenha recentemente pago o que faltava para completar o valor da folha, já assumiu que não garante o pagamento em dia e integral do mês de agosto. Por isso e por todo o descaso que o governo Sartori vem demonstrando contra os educadores e os servidores públicos do Estado, foram realizadas diversas manifestações durante o decorrer desta quinta-feira, dia 13.
Nas escolas Ernesto Dornelles e Júlio de Castilhos e no Instituto de Educação Flores da Cunha ocorreram aulas práticas em frente às instituições. Cartazes avisavam: a aula hoje é na rua! Quem luta, educa!
Irene Longhi, diretora do Ernesto Dornelles conversou com os alunos sobre a atual postura do governo. “O governo está nos humilhando ao parcelar nossos salários. Demonstra que não se importa com a população, pois essa situação atinge a toda a sociedade, uma vez que reflete em áreas como a educação, a saúde e a segurança”, destacou.
Cassio Ritter, diretor do CPERS, destacou a importância do apoio dos alunos. “Vocês são peça fundamental nessa luta. É muito importante que conversem com suas famílias sobre o que ouviram aqui hoje”, ressaltou.

É uma questão de dignidade

Durante a tarde, as escolas Maria José Mabilde, Almirante Barroso e demais instituições da Ilha da Pintada realizaram uma caminhada para conscientizar a comunidade quanto aos frequentes ataques do governo contra os educadores.
Há quase dez anos lecionando no Estado, a professora de Matemática, Cleonice do Carmo Regio, diz nunca ter visto uma situação como a atual. “Quero ter tranquilidade para trabalhar. Mas isso não é possível quando se escuta todos os dias do teu patrão que ele não tem dinheiro para pagar o teu salário. É da nossa dignidade que estamos falando”, afirmou.
Aos 13 anos, o estudante da 7ª série, João Pedro de Castro, já compreendeu a conjuntura atual e a importância de estar ao lado de seus professores. “Como é que vão trabalhar sem receber o salário no final do mês? O Sartori tem que pagar eles e não é aos poucos, é tudo certinho”, disse.
No próximo dia 18, às 9h30min, o CPERS realiza Assembleia Geral para definir sua posição quanto a greve unificada dos servidores públicos. A decisão será levada à Assembleia Unificada dos Servidores, que ocorre no mesmo dia, às 14h, no Largo Glênio Perez, em Porto Alegre, e que irá decidir pela greve geral do funcionalismo público gaúcho.

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