Nem o sol escaldante da tarde desta terça-feira (13), impediu que milhares de educadores de todo o Estado, demais servidores e estudantes realizassem um forte Ato Unificado contra o pacote de medidas do governo Sartori (PMDB), no Largo Glênio Peres, em Porto Alegre, que culminou com um grande protesto em frente ao Palácio Piratini.
A mobilização reuniu servidores de diversas áreas como os da segurança, que compareceram em peso ao protesto, representantes das fundações ameaçadas de extinção e estudantes em repúdio as consequências das medidas previstas no pacote de maldades do governo.
Ao mesmo tempo em que o protesto era realizado em Porto Alegre, o Senado aprovava a PEC 55, que congela investimentos, principalmente nas áreas da educação e saúde, por 20 anos, por 53 votos a 16.
Às 13 horas, professores e funcionários de escola concentraram-se em frente ao CPERS e do local saíram em caminhada, junto com representantes do Semapi, até o Largo Glênio Peres onde o Ato ganhou ainda mais força com a união dos demais servidores.
No local, Josué Martins, presidente do Sindicato dos Auditores do Tribunal de Contas destacou que de cada R$ 100,00, as fundações representam para o Estado apenas R 0,40.
Um boneco representando Sartori, seguido por um pacote que representava o pacotaço do governo abriu a caminhada e foi conduzido por educadores até o Palácio.
Fotos: Caco Argemi
O Palácio Piratini é do povo
A Praça da Matriz ficou completamente lotada e a cada manifestação das entidades mais alto ouvia-se o Fora Sartori.
Para mostrar que o Palácio Piratini, que estava totalmente cercado, não pertence ao governo e sim ao povo, manifestantes retiraram as grades que isolavam o prédio e ocuparam a calçada.
“O símbolo de derrubarmos essas grades é para dizer que temos consciência de que esse Palácio é nosso. Nós vamos dar a resposta. Nós vamos fazer o Piratini e a Assembleia Legislativa entenderem que se eles estão aqui não foi por vontade própria, se eles estão aqui foi porque enganaram a população gaúcha de braços abertos. Estaremos fazendo todos os movimentos e muita pressão em cima das bancadas governistas para que ouçam o povo e ouçam a nossa voz. O governador Sartori extrapolou. Ele extrapolou porque professoras e professores precisam tirando seus filhos da universidade por não terem dinheiro para pagar as mensalidades, ele extrapolou quando mexeu com a nossa família, com os nossos filhos e com a nossa dignidade. Portanto, a partir de agora é greve geral, e é luta, luta e luta”, afirmou a presidente do CPERS, Helenir Aguiar Schürer.
“Demos uma demonstração de que o Palácio é nosso e ninguém tem que botar barreira. É de todos os gaúchos. Ouça esse recado, governador: não vamos permitir a retirada daquilo que conquistamos com tanto suor”, declarou o presidente da Ugeirm – Sindicato dos escrivães, inspetores e investigadores da Polícia Civil do Rio Grande do Sul, Isaac Ortiz.
Em frente ao local, foi queimado o boneco do governador Sartori em demonstração de repúdio ao descaso do governo com os servidores públicos, os estudantes e toda a população.
Mobilização e greve seguem firmes até a votação do pacote
Conforme decidido na última Assembleia geral do CPERS, realizada no dia 08 de dezembro, os educadores iniciaram hoje a paralisação de suas atividades e seguem em greve até a votação do pacote.
A mobilização dos servidores continua em frente à Praça da Matriz, também até a votação do pacote na Assembleia Legislativa. Ainda não há confirmação da data em que o pacote será votado, mas a previsão é de que ele chegue à votação no plenário ainda antes do Natal e do recesso dos deputados.
No fim da tarde de hoje, representantes dos servidores foram recebidos para uma audiência com a presidente da Assembleia Silvana Covatti (PP). A presidente garantiu nesta terça-feira que o pacote não será votado esta semana.