Artigo de João Monlevade, Coordenador da Formação do Profuncionário


No início de um Ano Novo é proibido ser pessimista. Sob pena de inviabilizar qualquer possível novidade ou melhoria de qualidade de vida.
Entretanto, é bom estarmos de olhos abertos, não só para as luzes dos fogos, mas para os dados nus e crus da realidade.
Ora, o que é a “realidade” ? E por que adjetivar os seus “dados”?
Reduzindo a realidade que nos toca aos dados da educação pública, e focalizando o que sustenta nossas vidas e nossos sonhos – o Profuncionário – ouso fazer três reflexões, entra tantos desafios que me marcam neste Janeiro.
A primeira é a descoberta cada vez mais pungente de que existem e trabalham nas escolas do Brasil que oferecem educação básica dois milhões de funcionárias e funcionários. Muitas vezes, invisíveis para os outros 200 milhões de brasileiros. Mas são seres reais, à espera de nossa ação político-pedagógica.
A segunda é que a oferta dos atuais quatro cursos técnicos e de outros mais que correspondem a diferentes funções nas escolas depende de arrecadação de tributos, cada vez mais problemática num Estado em crise, onde a maioria dos trabalhadores, humildes e pobres como os funcionários, pagam pesados impostos (também invisíveis, como o ICMS da luz, da água, do celular, do supermercado) e uma minoria de privilegiados não cumpre seus deveres contributivos, na farra da sonegação fiscal.
A terceira é fruto dessa equação entre demanda por valorização e oferta de formação profissional, em que estamos metidos de coração e mente: nossa disponibilidade para executar a política pública de formação depende tanto do vigor da CNTE, dos sindicatos e dos funcionários em reivindicar os cursos quanto do MEC, das secretarias estaduais e municipais de educação, dos Institutos Federais em se engajar nos planos estratégicos e nas decisões de oferta dos cursos técnicos e tecnológicos para os funcionários – efetivos, temporários e terceirizados – todos sujeitos de direitos, mas muitas vezes desarmados ou desmotivados para exigi-los.
Deu para sentir o peso dos “dados da realidade”. Vamos todos (as) à luta !

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